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ONU denuncia repressão e crimes da Guarda Nacional da Venezuela

Missão da ONU documenta crimes cometidos pela GNB, com impunidade estrutural no país

Guarda Nacional Bolivariana: corporação foi acusada pela ONU de crimes sistemáticos contra a humanidade. (JUAN BARRETO/AFP via Getty Images)

Guarda Nacional Bolivariana: corporação foi acusada pela ONU de crimes sistemáticos contra a humanidade. (JUAN BARRETO/AFP via Getty Images)

Publicado em 11 de dezembro de 2025 às 08h47.

Última atualização em 11 de dezembro de 2025 às 08h49.

A Guarda Nacional Bolivariana (GNB) da Venezuela seria responsável por "graves violações e crimes contra a humanidade" há mais de uma década, segundo relatório mais recente da Missão Internacional Independente de Apuração de Fatos sobre a República Bolivariana da Venezuela, divulgado nesta quinta-feira, 11, pela Organização das Nações Unidas (ONU).

A missão, que foi criada em 2019 pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, afirma que os membros da GNB cometeram uma série de abusos, incluindo execuções extrajudiciais, detenções arbitrárias, violência sexual e de gênero, além de torturas e outros tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes.

Os abusos documentados remontam a 2014, com o relatório destacando a perseguição política e a repressão a protestos como o contexto central desses crimes.

Repressão sistemática e abusos generalizados

De acordo com o relatório, a GNB desempenhou um papel central na repressão sistemática e coordenada contra os opositores do regime de Nicolás Maduro e outros indivíduos considerados inimigos do governo.

A missão denunciou que os abusos da GNB ocorreram durante protestos e manifestações políticas, especialmente em eventos de grande repercussão, como os protestos de 2014, 2017, 2019 e 2024.

Segundo o documento, os atos de tortura, maus-tratos e violência sexual não são incidentes isolados, mas fazem parte de um padrão contínuo de abusos com o objetivo de punir e destruir a resistência e a dignidade das vítimas.

A missão também observou que houve uma impunidade estrutural dentro da Venezuela, com muitos casos sendo desconsiderados ou manipulados pelas autoridades.

Marta Valiñas, presidente da missão, afirmou que as falhas do sistema político e judicial da Venezuela foram cruciais para a persistência dos abusos, reforçando a impossibilidade de justiça adequada para as vítimas.

“A persistência dos crimes e a ausência de justiça exigem uma resposta firme dos mecanismos de controle nacionais e internacionais”, disse Valiñas.

*Com informações da AFP

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