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ONU denuncia abusos de menores na República Centro-Africana

Ao todo, cinco meninas e um menino contaram a pesquisadores da ONU que foram vítimas de estupro ou que receberam dinheiro para ter relações sexuais


	Soldados: membros das tropas francesas já tinham sido envolvidos em outros seis casos revelados no ano passado
 (Siegfried Modola/Reuters)

Soldados: membros das tropas francesas já tinham sido envolvidos em outros seis casos revelados no ano passado (Siegfried Modola/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 29 de janeiro de 2016 às 09h13.

Genebra - A Organização das Nações Unidas (ONU) obteve evidências de novos abusos sexuais contra menores por parte de militares de forças estrangeiras na República Centro-Africana, informou o porta-voz do Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Rupert Colville.

Ao todo, cinco meninas e um menino contaram a pesquisadores da ONU que foram vítimas de estupro ou que receberam dinheiro para ter relações sexuais, seja com soldados que faziam parte da operação da União Europeia ou das forças francesas, que operam à parte.

Membros das tropas francesas "Sangaris" já tinham sido envolvidos em outros seis casos revelados no ano passado no país.

Segundo Colville, embora ainda não tenha sido verificado, três das meninas indicaram que os responsáveis pelas ações eram soldados georgianos que atuavam na força europeia.

Elas três e uma quarta menina tinham entre 14 e 16 anos quando sofreram os abusos, que ocorreram em 2014.

"A menina relatou que teve que fazer sexo oral em um soldado francês em troca de uma garrafa de água e um pacote de biscoito. Ela disse que outras crianças também foram vítimas de ações semelhantes em repetidas ocasiões por parte de soldados franceses", indicou o porta-voz.

Todos os abusos aconteceram dentro ou próximo ao acampamento para deslocadas perto do Aeroporto de Bangui. A ONU apresentou os casos às autoridades da França e da Geórgia.

Colville reconheceu que poucos são punidos e que, de maneira geral, ainda impera uma grande impunidade.

"Conforme mais casos aparecem, envolvendo mais contingentes nacionais, é claro que todas as forças militares estrangeiras, da ONU ou não, devem tomar ações mais efetivas para prevenir outros abusos e isso não só na República Centro-Africana", concluiu o porta-voz.

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