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ONU defende mobilização por República Centro-Africana

"Temos de agir rapidamente para deter os assassinatos, proteger a população civil e impedir uma maior separação das comunidades", disse secretário-geral da ONU


	Garota abraça mãe em madrassa na República Centro-Africana: ódio contra governo deposto de rebeldes muçulmanos no país inflamou violência entre islâmicos e cristão
 (Siegfried Modola/Reuters)

Garota abraça mãe em madrassa na República Centro-Africana: ódio contra governo deposto de rebeldes muçulmanos no país inflamou violência entre islâmicos e cristão (Siegfried Modola/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2014 às 17h20.

Bruxelas - O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, pediu nesta quarta-feira que nações europeias e africanas intensifiquem seus esforços para acabar com a situação desesperadora em que se encontra a população da República Centro-Africana.

Falando nos bastidores de uma reunião de cúpula entre União Europeia e África destinada a promover laços econômicos entre o bloco e o continente, Ban apelou aos 70 líderes presentes em Bruxelas apoio a uma ação mais robusta.

"Temos de agir rapidamente para deter os assassinatos, proteger a população civil e impedir uma maior separação das comunidades", disse Ban.

O ódio contra um governo deposto de rebeldes muçulmanos no país inflamou violência entre islâmicos e cristão. O que começou como uma disputa política se tornou cada vez mais violência sectária, com mesquitas sendo incendiadas, livros do Alcorão destruídos e muçulmanos mortos.

A União Europeia (UE) lançou formalmente uma operação militar para a República Centro-Africana na terça-feira e aproveitou a cúpula de hoje para dar mais detalhes.

A operação busca restaurar a calma em áreas em torno do principal aeroporto e de dois distritos da capital Bangui.

O bloco tem se envolvido cada vez mais em conflitos na África nos últimos anos, com a França muitas vezes liderando o caminho. Paris enviou soldados ao Mali no início de 2013 para desmontar uma ofensiva de militantes islâmicos ligados à Al Qaeda.


O presidente da França, François Hollande, despachou 2 mil soldados para a República Centro-Africana em novembro para conter o banho de sangue no país. Com a chegada do contingente da UE de 1 mil soldados, além de equipes médicas e de apoio, os franceses poderão conduzir operações militares mais amplas fora de Bangui. Os primeiros soldados da UE devem ser enviados ainda este mês.

Hollande disse, durante a cúpula, que a Europa continuará "levando suas Forças Armadas para impedir conflitos, evitar massacres e lutar contra o terrorismo" na África.

Em entrevista coletiva, o major-general Phillipe Pontiès disse que planeja ter 800 pessoas em solo na República Centro-Africana até o fim de abril, com a missão da UE começando a realizar suas principais tarefas.

A operação deve estar a todo vapor até o fim de maio e se estender por nove meses. Pontiès disse que nove países enviarão tropas como parte da missão, incluindo França, Espanha e Itália.

A Georgia, que não é membro da UE, também participará do esforço. Alemanha e Reino Unido, que não contribuirão com soldados em solo, estão entre os países que enviarão ativos estratégicos de transporte, incluindo aviões para transportar soldados e permitir evacuações médicas de emergência.

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, afirmou que o executivo da UE está trabalhando em um novo pacote de desenvolvimento de 100 milhões de euros para a República Centro-Africana para solucionar uma situação que "se deteriorou severamente" ao longo do último ano. Fonte: Associated Press e Dow Jones Newswires.

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