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ONU: consumo de recursos naturais pode triplicar até 2050

Relatório do órgão prevê uma catástrofe para o meio ambiente se consumo mundial não diminuir

Campo de petróleo: "A humanidade pode e deve fazer mais com menos" diz a ONU (Dynamosquito/Wikimedia Commons)

Campo de petróleo: "A humanidade pode e deve fazer mais com menos" diz a ONU (Dynamosquito/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2011 às 17h58.

Nova York - O consumo mundial de recursos naturais, como minérios e combustíveis fósseis, pode triplicar até 2050 e causar um catastrófico impacto sobre o meio ambiente, alerta um relatório divulgado nesta quinta-feira pela ONU, que pede aos países que ajam com rapidez para evitá-lo.

O documento, apresentado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) em Nova York, analisa o consumo atual dos recursos do planeta e estuda as medidas realizadas pelo mundo para reduzir a relação entre esse consumo e o crescimento econômico.

A humanidade poderia consumir até 2050 "cerca de 140 mil toneladas de minérios, combustíveis fósseis e biomassa por ano, um número que triplica o atual, a não ser que a taxa de crescimento econômico se dissocie da do consumo de recursos naturais", indica o relatório.

"A humanidade pode e deve fazer mais com menos", ressalta o estudo do Pnuma, que explica que atualmente os habitantes dos países desenvolvidos consomem, em média, 16 toneladas per capita por ano desses recursos essenciais, enquanto um cidadão da Índia consome quatro toneladas por ano.

Diante desses números, "tanto com o crescimento da população mundial como da prosperidade, especialmente nos países em vias de desenvolvimento, a perspectiva de níveis muito maiores aos atuais supera em muito o que é sustentável", assinalam os autores do texto.

"Chegou o momento de reconhecer os limites dos recursos naturais disponíveis para apoiar o desenvolvimento humano e o crescimento econômico", sustenta o texto, que acrescenta que "o mundo já está ficando sem recursos acessíveis e de alta qualidade de materiais tão essenciais como petróleo, cobre e ouro".

A solução está na chamada "dissociação do uso dos recursos naturais e o impacto ambiental do crescimento econômico", ressaltou nesta quinta-feira o diretor-executivo do Pnuma, Achim Steiner, ao apresentar o relatório na sede das Nações Unidas.

"Essa dissociação faz sentido em todos os âmbitos: econômico, social e ambiental", acrescentou Steiner, para quem esse processo é "parte da transição rumo a uma economia verde, baixa em emissões de carbono e eficiente respeito aos recursos".

Ele explicou que se trata de buscar uma economia que "gere empregos decentes e erradique a pobreza de um modo que mantenha a pegada do homem dentro das capacidades planetárias", para o que são necessárias "mudanças significativas nas políticas públicas, o comportamento empresarial e os padrões de consumo".

"Será necessário mais inovação, inclusive uma inovação radical", indicam os autores do relatório, que encoraja os países em vias de desenvolvimento a "mudar sua ideia do que significa o desenvolvimento em um mundo de poucos recursos" e destaca certos avanços obtidos em países como Alemanha, Japão e China, além da África do Sul.

Para conseguir o impulso da economia verde, os responsáveis do texto advertem que é "urgente reconsiderar os vínculos entre o uso de recursos e da prosperidade econômica, baseada em um investimento em massa em inovação tecnológica, financeira e social".

"Deve-se pelo menos congelar o consumo per capita nos países ricos e ajudar as nações em vias de desenvolvimento a seguirem um caminho mais sustentável", destaca o documento. "Nos lugares mais densamente povoados, diminui o consumo per capita de recursos em contraposição a áreas pouco povoadas", acrescenta.

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