Coreia do Norte: violações de direitos podem representar crime contra a humanidade (KNS/AFP)
EFE
Publicado em 16 de novembro de 2016 às 08h49.
Nações Unidas - A Assembleia-Geral da ONU condenou nesta terça-feira as "sistemáticas, generalizadas e graves violações dos direitos humanos" na Coreia do Norte, uma denúncia considerada pelo regime de Kim Jong-un como uma "ingerência" nos assuntos internos do país.
Os países-membros da ONU, como fizeram em anos anteriores, aprovaram uma resolução muito crítica à situação norte-coreana e pediram às autoridades uma série de ações para remediá-la.
O texto foi aprovado em uma comissão da Assembleia-Geral sem votação, embora alguns países tradicionalmente próximos da Coreia do Norte terem tomado distância da iniciativa.
A resolução é baseada em boa parte de uma investigação desenvolvida por analistas da ONU, segundo a qual as violações aos direitos humanos na Coreia do Norte podem representar crimes contra a humanidade.
A Assembleia-Geral da ONU denunciou, entre outras coisas, o uso da tortura e de campos de prisioneiros políticos, a mudança forçada de cidadãos, as punições às pessoas que deixaram o país e as fortes restrições das liberdades.
Nesse sentido, a Assembleia-Geral pediu que o Conselho de Segurança leve a Coreia do Norte ao Tribunal Penal Internacional (TPI) e que siga utilizando sanções contra os responsáveis pelas violações dos direitos humanos.
Além disso, chamou a atenção sobre a "precária situação humanitária" vivida no país e pediu que o regime de Pyongyang coopere com os órgãos internacionais para responder à crise.
Enquanto isso, o embaixador adjunto norte-coreano na ONU, Kim In-ryong, denunciou a "dupla moral" da Assembleia-Geral e acusou o órgão de "ingerência nos assuntos internos" do país.
Toda a resolução se baseia em um relatório da ONU cheio de "mentiras, fabricações e fraude", que procura "difamar e eliminar" a Coreia do Norte, afirmou o diplomata.
A delegação da Coreia do Norte criticou, como é habitual, a política dos Estados Unidos e se mostrou indiferente em relação à chegada de Donald Trump à Casa Branca.
"Não nos importa quem seja o presidente dos EUA. O fundamental é se ele terá ou não a vontade de mudar a política hostil contra a República Popular Democrática da Coreia", afirmou.