Mundo

ONU começará 2012 com compromisso de 'fazer mais com menos'

Crise financeira obrigou a organização a fazer um corte no seu orçamento

'Os governos e os povos estão em dificuldades em todas as partes. É momento de uma austeridade financeira global." disse Ban Ki-moon (Mario Tama/Getty Images)

'Os governos e os povos estão em dificuldades em todas as partes. É momento de uma austeridade financeira global." disse Ban Ki-moon (Mario Tama/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de dezembro de 2011 às 17h17.

Nova York - A ONU fechará nesta semana 'um ano difícil' economicamente e começará 2012 decidida a 'fazer mais com menos', após a Assembleia Geral aprovar o segundo corte orçamentário da história da organização ao dar sinal verde para contas de US$ 5,1 bilhões para o próximo biênio.

'Os governos e os povos estão em dificuldades em todas as partes. É momento de uma austeridade financeira global. É imperativo fazer mais com menos', resumiu o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, depois de, após semanas de negociações, a organização ter aprovado os orçamentos para o período 2012-2013.

Ban reconheceu que 2011 vem sendo 'um ano especialmente difícil' em termos econômicos no mundo todo, e reafirmou seu compromisso à frente da ONU de 'obter o máximo de recursos' e 'cortar o que sobra'.

O secretário-geral reagiu assim à aprovação dos novos orçamentos após negociações em que os Estados Unidos e os países europeus afetados pela crise pressionaram para conseguir cortes apesar dos pedidos dos países em desenvolvimento para manter o nível das contas.

As negociações orçamentárias estão sempre marcadas, segundo fontes diplomáticas, pelas discussões entre os países desenvolvidos, que são os que mais fornecem recursos à organização, e os demais países, que pressionam para que a ONU mantenha o nível de investimentos em programas de desenvolvimento.

A principal fonte de receita das Nações Unidas são as contribuições dos países-membros, que são recebidas proporcionalmente ao tamanho de suas economias, o que explica que os 20 países mais ricos do planeta sejam responsáveis por cerca de 90% do orçamento. Os Estados Unidos são o país que mais apresenta recursos aos orçamentos da ONU, assumindo aproximadamente 22% das contas.


O resultado das negociações foi nesta ocasião um acordo que deixou os orçamentos em US$ 5,15 bilhões, abaixo dos US$ 5,41 bilhões aprovados para 2010-2011 e também levemente inferiores aos US$ 5,197 bilhões que Ban tinha proposto aos Estados-membros em outubro.

Trata-se da segunda vez na história do organismo internacional, segundo os diplomatas encarregados das negociações, que a Assembleia Geral aprova um orçamento inferior ao anterior.

'Darei instruções a todos os meus gerentes para que continuem encontrando novas maneiras de conseguir o máximo com nossos recursos. Vou me assegurar que conseguiremos otimizar as contribuições', disse Ban aos membros das Nações Unidas.

O presidente da Assembleia Geral da ONU, o catariano Abdulaziz Al Nasser, também deu as boas-vindas ao acordo firmado entre os 193 países que integram a organização, e aplaudiu 'o compromisso firme e construtivo' de todas as delegações para conseguir um consenso frente 'aos desafios apresentados pela crise financeira global'.

O orçamento ordinário da ONU cobre as despesas gerais da organização, assim como suas atividades políticas, mas não inclui os de suas grandes agências ou das missões de paz, que contam com seus próprios orçamentos. 

Acompanhe tudo sobre:Crise econômicaCrises em empresasONUOrçamento federal

Mais de Mundo

Forças Armadas Canadenses serão lideradas por uma mulher pela 1ª vez

Autoridades do G20 recebem recomendações de centros de pesquisas

Ataques russos na região de Donetsk deixam ao menos 11 mortos e 43 feridos

Novo primeiro-ministro britânico anuncia fim de plano de expulsar migrantes para Ruanda

Mais na Exame