Equipe da ONU: organismo internacional pediu ao Iraque para interromper as execuções e converter as penas de centenas de outras pessoas que acredita-se estarem no corredor da morte (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 11 de outubro de 2013 às 13h09.
Genebra - A Organização das Nações Unidas pediu ao Iraque nesta sexta-feira que interrompa todas as execuções após 42 pessoas terem sido enforcadas esta semana, no que a ONU diz terem sido prováveis execuções em massa ilegais ordenadas pelo sistema judiciário "seriamente falho" de Bagdá.
As pessoas foram executadas pela acusação de homicídios em massa e outras ofensas, na quarta e quinta-feira -- considerado o Dia Mundial contra a Pena de Morte.
O organismo internacional pediu ao Iraque para interromper as execuções e converter as penas de centenas de outras pessoas que acredita-se estarem no corredor da morte.
"Execuções em larga escala do tipo que estão sendo conduzidas no Iraque não são apenas obscenas e desumanas, são provavelmente uma cotravenção à legislação internacional", disse o porta-voz de direitos humanos da ONU, Rupert Colville, em coletiva de imprensa.
A lei internacional de direitos humanos requer que os acusados tenham julgamentos justos e que confissões não sejam obtidas sob tortura, disse ele. A pena de morte deve ser determinada apenas para os crimes mais sérios, como homicídio.
"A Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, repetidamente enfatizou, após execuções em massa anteriores em 2012 e 2013, que o sistema judiciário no Iraque é seriamente falho demais para determinar até mesmo a aplicação limitada da pena de morte, quem dirá várias execuções de uma vez", disse Colville.
O ministro da Justiça iraquiano, Hassan al-Shimary disse na quinta-feira que os executados cometeram crimes de terrorismo que levaram à morte de dezenas de civis inocentes, "assim como outros crimes com o objetivo de desestabilizar a segurança e estabilidade do país." Mais de 6 mil pessoas foram mortas em ataques por todo o Iraque até o momento este ano, com uma insurgência de islâmicos sunitas, incluindo ataques da Al Qaeda, ganha força.
Nesta ano, 140 pessoas já foram executadas no Iraque, comparadas as 123 em 2012 inteiro, acrescentou Colville.