Após a invasão da Ucrânia pela Rússia, a Assembleia Geral votou em março e abril diversas resoluções que condenavam Moscou (JEWEL SAMAD / Correspondente/Getty Images)
AFP
Publicado em 27 de setembro de 2022 às 19h23.
Última atualização em 27 de setembro de 2022 às 19h46.
A secretária-geral adjunta de Assuntos Políticos da ONU, Rosemary DiCarlo, reiterou nesta terça-feira, 27, durante uma reunião do Conselho de Segurança sobre os "referendos" de anexação na Ucrânia, o apoio das Nações Unidas à "integridade territorial da Ucrânia" dentro de suas "fronteiras reconhecidas".
"Permitam-me reiterar que as Nações Unidas seguem plenamente comprometidas com a soberania, a unidade, a independência e a integridade territorial da Ucrânia, dentro de suas fronteiras reconhecidas internacionalmente", disse DiCarlo no início da reunião.
Em uma mensagem de vídeo gravada, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, denunciou mais uma vez o que chamou de "pseudorreferendos".
"O reconhecimento pela Rússia dos 'pseudorreferendos' como 'normais', a aplicação" do mesmo plano que na Crimeia, é uma nova tentativa de anexar uma parte do território ucraniano, o que significa que nós não negociamos com o atual presidente russo", disse Zelensky.
"São uma tentativa cínica de forçar homens ucranianos dos territórios ocupados na Ucrânia a serem mobilizados com o Exército russo para enviá-los para lutar contra sua pátria", afirmou.
"Tal anexação coloca [o presidente russo, Vladimir Putin] em uma situação de isolamento contra toda a humanidade. É necessário um sinal claro de todos os países do mundo", acrescentou o presidente.
Depois, dirigindo-se ao Conselho de Segurança, apontou: "Acredito em sua capacidade de agir".
No entanto, com o poder de veto da Rússia, não há possibilidade de o Conselho chegar a uma posição consensual.
Apesar das dificuldades, Washington “colocará na mesa uma resolução condenando os falsos referendos, pedindo aos Estados-membros que não reconheçam nenhum status modificado da Ucrânia e forçando a Rússia a retirar suas tropas da Ucrânia”, disse a embaixadora americana Linda Thomas-Greenfield.
A diplomata considerou que esses "referendos" ameaçam abrir "uma caixa de Pandora impossível de fechar".
"Se a Rússia optar por se proteger de toda responsabilidade no Conselho, buscaremos que a Assembleia Geral envie uma mensagem inequívoca a Moscou", acrescentou.
"Tenham a coragem de apoiar a soberania e a integridade territorial da Ucrânia", destacou.
Após a invasão da Ucrânia pela Rússia, a Assembleia Geral, que reúne os 193 Estados-membros da ONU e onde nenhum país tem direito de veto, votou em março e abril diversas resoluções que condenavam Moscou.
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