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ONU alerta que grande batalha por Alepo começará em breve

''A espiral de violência ainda está aumentando. O foco de atenção passou de Damasco para Alepo, onde a grande batalha está a ponto de começar'', declarou Ladsous

Rebeldes sírios se preparam para batalha contra exército sírio: A província de Alepo, coração econômico da Síria, é cenário das principais batalhas dos últimos dias (Ahmad Gharabli/AFP)

Rebeldes sírios se preparam para batalha contra exército sírio: A província de Alepo, coração econômico da Síria, é cenário das principais batalhas dos últimos dias (Ahmad Gharabli/AFP)

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Da Redação

Publicado em 2 de agosto de 2012 às 21h51.

Nova York - O subsecretário-geral para Operações de Paz da ONU, Hervé Ladsous, assegurou nesta quinta-feira que a violência na Síria piora cada vez mais, principalmente em Alepo, no norte do país, e alertou que a grande batalha entre a oposição e o Exército sírio pela cidade está ''prestes a começar''.

''A espiral de violência ainda está aumentando. O foco de atenção passou de Damasco para Alepo, onde a grande batalha está a ponto de começar'', declarou Ladsous à imprensa na saída de uma reunião com o Conselho de Segurança da ONU, no mesmo dia em que o enviado especial ao país árabe, Kofi Annan, renunciou.

A província de Alepo, coração econômico da Síria, é cenário das principais batalhas dos últimos dias entre os opositores de Bashar al Assad e as forças do regime, que tentam recuperar as posições ganhas pelos rebeldes recentemente.

A situação que atravessa o país é ''crucial'' e a maior preocupação é Alepo, segundo Ladsous, que indicou que mais de 2 milhões de sírios precisam com urgência de ajuda humanitária.

O chefe dos ''capacetes azuis'' apresentou ao principal órgão de segurança internacional um panorama altamente preocupante na Síria, onde a violência continua também em Damasco e Homs, enquanto os observadores da ONU seguem com problemas para operar devido ''às difíceis condições no terreno''.

Ladsous assinalou que nas duas últimas semanas os membros da Missão de Observação das Nações Unidas na Síria (UNSMIS) realizaram cerca de 50 patrulhas em diferentes pontos do país, mas sua capacidade se vê reduzida por causa do aumento da violência.


O subsecretário-geral indicou também que os observadores confirmaram que os rebeldes sírios contam com armamento pesado, embora não puderam comprovar seu uso contra as forças governamentais em seus enfrentamentos.

Dos 300 militares desarmados que integravam a missão, o chefe do Departamento de Operações de Paz da ONU (DPKO) informou que há atualmente 150 no terreno, além de 80 civis que também compõem uma missão cujo futuro está muito comprometido após a renúncia de Kofi Annan.

''A missão segue tentando completar seu mandato'', disse Ladsous, que reconheceu que seu departamento já prepara várias opções para o fim do mandato da missão, que expira no dia 20 de agosto após a última ampliação aprovada pelo Conselho de Segurança depois de conseguir em julho um acordo mínimo.

Enquanto várias vozes dentro do Conselho apostam no fim da missão, o chefe dos ''capacetes azuis'' destacou que o secretário-geral, Ban Ki-moon, quer que ''a ONU permaneça na Síria de alguma maneira'' após essa data.

O Conselho de Segurança, que sofreu três vetos por parte da Rússia e da China à resoluções dos países ocidentais, segue dividido também sobre o futuro da UNSMIS.

O novo presidente temporário da missão, o francês Gérard Araud, mostrou nesta quinta-feira sua determinação a dar por terminada a missão caso a violência continue no local, ao mesmo tempo que o embaixador russo, Vitaly Churkin, defendeu sua permanência para ''obter informação objetiva''.


''Não podemos manter a missão a qualquer custo. Nos restam duas semanas e podem acontecer muitas coisas'', disse Araud, que lembrou que o Conselho de Segurança estipulou que sua última ampliação do mandato se tratava de ''uma extensão final'' caso os bombardeios das áreas urbanas não acabassem e o nível de violência não diminuísse.

Para Churkin, no entanto, ''a ONU não pode abandonar o povo da Síria'', por isso defendeu que a UNSMIS continue no país ''com um papel mais que simbólico''.

A troca de opiniões entre os diplomatas aconteceu em um dia em que os esforços da ONU para solucionar o conflito sírio sofreram um grave revés com a renúncia de Kofi Annan. 

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