Protesto contra o ditador Bashar al Assad: manifestantes lutam por reformas democráticas (Marwan Naamani/AFP)
Da Redação
Publicado em 28 de novembro de 2011 às 18h54.
São Paulo – As forças de segurança e militares da Síria foram acusadas nesta segunda-feira de cometerem crimes contra a humanidade, incluindo o assassinato de mais de 250 crianças desde 11 de março, quando começaram os protestos da população em busca por reformas democráticas.
Em relatório, a Comissão Internacional Independente de Investigação da ONU afirmou que recolheu provas de assassinatos, agressões sexuais e violações aos direitos humanos, incluindo o de crianças e de adolescentes.
O estudo de 39 páginas coordenado pelo diplomata brasileiro Paulo Pinheiro, junto com Yahin Erturk e Karen Koning AbuZayd, teve como base entrevistas com 223 vítimas e testemunhas de violações de direitos humanos, incluindo civis e desertores das forças armadas e de segurança.
Para reprimir os protestos, o governo da Síria ordenou o assassinato de mais de 3.500 pessoas, incluindo 256 crianças. "As forças de segurança disparam contra manifestantes desarmados", disseram algumas testemunhas.
“A Síria é responsável por atos ilícitos, incluindo crimes contra a humanidade, feitos por membros das suas forças militares e de segurança“, destaca um trecho do relatório, que sugere ao país assumir a responsabilidade pelos atos cometidos.
A Comissão convidou o governo da Síria a pôr um fim imediato para as graves violações de direitos humanos, iniciando assim investigações independentes e imparciais para levar os responsáveis à Justiça.
Durante a apresentação do estudo em Genebra, Paulo Pinheiro destacou que é necessário enviar com urgência uma missão de observadores para a Síria, conforme foi proposto pela Liga de Estados Árabes, evitando desta forma que os crimes continuem a ser cometidos no país.
As manifestações em países árabes seguem ocorrendo, tanto no norte da África como no Oriente Médio, e já culminaram na derrubada de regimes de longa data, como o visto na Tunísia, no Egito e na Líbia.