ONU abre corredor humanitário na Líbia pela primeira vez
Comboio de oito caminhões cruzou a fronteira pela Tunísia com alimentos suficientes para 50 mil pessoas durante um mês
Da Redação
Publicado em 19 de abril de 2011 às 08h30.
Genebra - A ONU confirmou nesta terça-feira que abriu na Líbia um corredor humanitário pelo qual está levando assistência alimentar ao oeste do país para os civis afetados pelo conflito armado.
O controle da região, nas mãos das forças leais a Muammar Kadafi, é disputado pelos rebeldes que reivindicam a mudança de regime.
Um comboio composto por oito caminhões cruzou na véspera a fronteira entre Líbia e a Tunísia, com alimentos suficientes para 50 mil pessoas durante um mês, e se dirige agora ao noroeste da Líbia, precisou o Programa Mundial de Alimentos (PMA), responsável pela operação.
Os alimentos serão entregues à organização de socorro Crescente Vermelho e serão destinados às pessoas mais vulneráveis em Trípoli, Zintan, Yefren, Nalut, Mizda, Al Rheibat e Al Zawiyah.
"Estas são as comunidades que o Crescente Vermelho indicou que necessitam urgentemente de ajuda", disse em entrevista coletiva a porta-voz do PMA, Emilia Casella.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) também enviou ajuda que está a caminho por navio para Misrata, a cidade portuária onde se concentraram os combates nos últimos dias.
Cerca de 20 crianças morreram em Misrata diretamente por causa do conflito, segundo este organismo, citando fontes hospitalares.
O escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) revelou que cada vez mais refugiados líbios fogem das áreas montanhosas do oeste em direção ao sul da Tunísia, em média 1 mil cidadãos líbios cruzam diariamente a fronteira com o país vizinho.
"A maioria são famílias procedentes da cidade de Nalut, cerca de 50 quilômetros da fronteira com Tunísia. Eles confirmaram que as zonas montanhosas do oeste sofrem o ataque das forças governamentais há um mês e que a pressão aumenta dia a dia", explicou o porta-voz Andrej Mahecic.
De outro lado, o Acnur estima que há cerca de 100 mil deslocados internos em Benghazi (cidade controlada pelos rebeldes), embora só 35 mil tenham sido registrados oficialmente.
A maioria vive com famílias locais, esclareceu o porta-voz. Como parte das ações humanitárias na Líbia, a Organização Internacional de Migrações (OIM) adiantou que está enviando uma embarcação fretada para levar ajuda a Misrata e evacuar imigrantes.
Até agora, este organismo resgatou 2,2 mil imigrantes de Misrata, mas restam 5 mil pessoas que esperam sua oportunidade.
No entanto, a representante da OIM, Jemini Pandya, advertiu que o financiamento para esta operação "esgotou" e que agora trabalha com "reservas de emergência".
"O fluxo de pessoas que fogem da Líbia é permanente. Mais e mais gente precisa ser resgatada", comentou.
Relatou que nesta segunda-feira, quando a embarcação terminava de embarcar quase 1 mil imigrantes em uma segunda viagem, outros 4 mil estavam à espera, "mas na realidade havia 800 imigrantes" que não haviam sido contabilizados.
A maioria desses imigrantes é de origem subsaariana, principalmente do Níger, e sobrevivem em condições extremas, com pouca comida, água e sem atendimento médico.
No total, 543 mil pessoas fugiram da violência na Líbia, segundo o último cálculo da OIM.
Genebra - A ONU confirmou nesta terça-feira que abriu na Líbia um corredor humanitário pelo qual está levando assistência alimentar ao oeste do país para os civis afetados pelo conflito armado.
O controle da região, nas mãos das forças leais a Muammar Kadafi, é disputado pelos rebeldes que reivindicam a mudança de regime.
Um comboio composto por oito caminhões cruzou na véspera a fronteira entre Líbia e a Tunísia, com alimentos suficientes para 50 mil pessoas durante um mês, e se dirige agora ao noroeste da Líbia, precisou o Programa Mundial de Alimentos (PMA), responsável pela operação.
Os alimentos serão entregues à organização de socorro Crescente Vermelho e serão destinados às pessoas mais vulneráveis em Trípoli, Zintan, Yefren, Nalut, Mizda, Al Rheibat e Al Zawiyah.
"Estas são as comunidades que o Crescente Vermelho indicou que necessitam urgentemente de ajuda", disse em entrevista coletiva a porta-voz do PMA, Emilia Casella.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) também enviou ajuda que está a caminho por navio para Misrata, a cidade portuária onde se concentraram os combates nos últimos dias.
Cerca de 20 crianças morreram em Misrata diretamente por causa do conflito, segundo este organismo, citando fontes hospitalares.
O escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) revelou que cada vez mais refugiados líbios fogem das áreas montanhosas do oeste em direção ao sul da Tunísia, em média 1 mil cidadãos líbios cruzam diariamente a fronteira com o país vizinho.
"A maioria são famílias procedentes da cidade de Nalut, cerca de 50 quilômetros da fronteira com Tunísia. Eles confirmaram que as zonas montanhosas do oeste sofrem o ataque das forças governamentais há um mês e que a pressão aumenta dia a dia", explicou o porta-voz Andrej Mahecic.
De outro lado, o Acnur estima que há cerca de 100 mil deslocados internos em Benghazi (cidade controlada pelos rebeldes), embora só 35 mil tenham sido registrados oficialmente.
A maioria vive com famílias locais, esclareceu o porta-voz. Como parte das ações humanitárias na Líbia, a Organização Internacional de Migrações (OIM) adiantou que está enviando uma embarcação fretada para levar ajuda a Misrata e evacuar imigrantes.
Até agora, este organismo resgatou 2,2 mil imigrantes de Misrata, mas restam 5 mil pessoas que esperam sua oportunidade.
No entanto, a representante da OIM, Jemini Pandya, advertiu que o financiamento para esta operação "esgotou" e que agora trabalha com "reservas de emergência".
"O fluxo de pessoas que fogem da Líbia é permanente. Mais e mais gente precisa ser resgatada", comentou.
Relatou que nesta segunda-feira, quando a embarcação terminava de embarcar quase 1 mil imigrantes em uma segunda viagem, outros 4 mil estavam à espera, "mas na realidade havia 800 imigrantes" que não haviam sido contabilizados.
A maioria desses imigrantes é de origem subsaariana, principalmente do Níger, e sobrevivem em condições extremas, com pouca comida, água e sem atendimento médico.
No total, 543 mil pessoas fugiram da violência na Líbia, segundo o último cálculo da OIM.