ONG denuncia execuções do Estado Islâmico em Mosul
As execuções aconteceram em 17 de outubro, dia em que teve início a operação militar para retomar a segunda maior cidade do Iraque
AFP
Publicado em 27 de dezembro de 2016 às 11h21.
Membros do grupo Estado Islâmico (EI) "executaram" 13 habitantes de duas localidades do norte do Iraque no início da ofensiva do Exército iraquiano para reconquistar Mosul, anunciou nesta terça-feira a organização Human Rights Watch (HRW).
As execuções, consideradas "crimes de guerra" pela ONG, aconteceram em 17 de outubro, dia em que teve início a operação militar para retomar a segunda maior cidade do Iraque, último reduto do EI no país.
Nas primeiras horas daquele dia, 30 moradores de Al-Lazagah e 15 residentes de Al-Hud, 50 km ao sul de Mosul, "atacaram combatentes do EI para expulsá-los de seus vilarejos" e mataram 19 deles, afirma a HRW em um comunicado.
O grupo extremista respondeu "executando de forma extrajudicial as pessoas que capturaram durante a revolta, assim como civis que não tinham nada a ver com o ocorrido", afirmou Lama Fakih, diretora adjunta da HRW para o Oriente Médio.
No total, o EI executou 13 pessoas, incluindo duas crianças, de acordo com a HRW.
A ONG cita o caso de Sulaiman, de 44 anos, que participou nos ataques contra o EI. Os extremistas o capturaram ao lado de um sobrinho, um adolescente de 14 anos que não estava envolvido na revolta.
"O EI executou os dois", afirma HRW, que cita uma testemunha direta dos fatos.
As forças oficiais iraquianas chegaram a Al-Lazagah na tarde de 17 de outubro e entraram em Al-Hud no dia seguinte.
O EI conquistou amplas faixas de território no Iraque em 2014, incluindo Mosul e a planície de Nínive, onde ficam as duas localidades.
Mas nos últimos meses, as forças iraquianas, apoiadas por uma coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, recuperaram grande parte do território perdido durante a ofensiva extremista.
Depois de assumir o controle do leste de Mosul, as forças do governo tentam avançar na cidade, apesar da intensa resistência dos extremistas, que ainda controlam a zona oeste.