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ONG denuncia estragos da corrupção em todo o mundo

Segundo a Transparência Internacional, a corrupção prejudica, em particular, os países mais atingidos pela crise na Eurozona


	Supremo Tribunal Federal julga o "Mensalão", um dos maiores escândalos de corrupção do Brasil: o país subiu quatro posições no ranking da corrupção e agora ocupa a 69ª posição
 (Pedro Ladeira/AFP)

Supremo Tribunal Federal julga o "Mensalão", um dos maiores escândalos de corrupção do Brasil: o país subiu quatro posições no ranking da corrupção e agora ocupa a 69ª posição (Pedro Ladeira/AFP)

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Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2012 às 11h18.

Berlim - A corrupção continua fazendo estragos no mundo e prejudica, em particular, os países mais atingidos pela crise na Eurozona, como Grécia e Itália, segundo relatório anual da Transparência Internacional publicado nesta quarta-feira, em que o Brasil ocupa a 69ª posição no ranking da ONG alemã.

Na América Latina, os países mais virtuosos são Chile e Uruguai, que compartilham a 20ª posição com uma nota de 70 pontos em 100, e o mais corrupto é a Venezuela, situado junto com o Haiti na 165ª posição com 19 pontos, na frente apenas de Iraque, Uzbequistão, Somália e Afeganistão.

O Brasil, por sua vez, subiu quatro posições e agora ocupa a 69ª posição com 43 pontos, atrás da Costa Rica, com 54 pontos e no 48º lugar, e de Cuba, em 58º.

São seguidos por El Salvador, Jamaica, Panamá e Peru, que dividem o 83º lugar, Colômbia, em 94º, Argentina, que ocupa a 102ª, além de Bolívia e México, em 105º.

A Guatemala está em 113º, a República Dominicana em 118º, Nicarágua em 130º, Honduras em 133º e Paraguai em 150º.

A constatação mais triste para a Transparência Internacional é que dois terços dos 176 países classificados no Índice de Percepção da Corrupção 2012 obtiveram uma pontuação inferior a 50 pontos.

Isso significa que "a corrupção continua fazendo estragos nas sociedades em todo o mundo", segundo a instituição, que aponta expressamente para os países mais afetados da Eurozona pela crise econômica e financeira, pelo nível "decepcionante" de corrupção, segundo o comunicado.


A Transparência Internacional analisa a corrupção em 176 países e lhes concede uma nota que vai de 0 a 100, dependendo da percepção de corrupção.

Na Europa, neste ano, Itália e Grécia aparecem, respectivamente, nas posições 72 e 94 da lista, com 42 e 36 pontos, três e 14 posições a menos que no relatório anterior da Transparência.

O nível de percepção da corrupção na Itália é similar ao da Tunísia (41 pontos), enquanto o da Grécia é igual ao da Colômbia.

Entre os países afetados pela crise da dívida, Irlanda (25ª), Espanha (30ª) e Portugal (33ª) obtêm resultados superiores a 60.

Menos afetados pela crise, Alemanha e França estão classificados na 13ª e 22ª posição, respectivamente, com notas superiores a 70.

Dinamarca, Finlândia e Nova Zelândia compartilham o primeiro lugar de países mais virtuosos, com resultados de 90 pontos. Japão e Reino Unido aparecem na 17ª posição, na frente dos Estados Unidos (19ª).

Os resultados da maioria dos países da "primavera árabe" são inferiores ou levemente superiores a 40. Afeganistão, Coreia do Norte e Somália compartilham a última posição com notas de 8 pontos.

A Rússia (133ª), com uma nota de 28, continua sendo um dos países mais corruptos do mundo, segundo a Transparência, mas voltou a melhorar sua posição, subindo 10 posições desde o último relatório.

Segundo o informe da Transparência Internacional, os resultados demonstram que as instituições públicas "devem aumentar sua transparência e os funcionários em postos de poder devem prestar contas de maneira mais rigorosa".

Huguette Labelle, presidente da instituição, recomenda que os governos "incorporem ações contra a corrupção em todas as decisões públicas" e "adotem uma postura mais firme contra o abuso de poder".

Em particular, devem ser definidas regras mais efetivas sobre o lobby e o financiamento político, maior transparência nos processos de contratação e gasto público e maior prestação de contas dos organismos públicos à população, ressalta.

Para realizar esta lista, que reflete apenas a percepção da corrupção, a ONG se baseia em dados recolhidos por 13 instituições internacionais, entre elas o Banco Mundial, os bancos asiático e africano de desenvolvimento ou o Fórum Econômico Mundial.

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