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ONG classifica 1º ano de Duterte nas Filipinas como "calamidade"

Segundo a HRW, a campanha "assassina" de combate às drogas e as "perseguições" aos opositores do regime "causaram uma redução drástica nos direitos humanos"

Duterte: a ONG afirma que a cruzada contra as drogas "piorou as já deploráveis condições das instalações carcerárias das Filipinas (Erik De Castro/Reuters)

Duterte: a ONG afirma que a cruzada contra as drogas "piorou as já deploráveis condições das instalações carcerárias das Filipinas (Erik De Castro/Reuters)

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EFE

Publicado em 28 de junho de 2017 às 06h51.

Manila - A organização Human Rights Watch (HRW) classificou nesta quarta-feira como uma "calamidade" para os direitos humanos o primeiro ano de mandato do presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, devido a sua "guerra contra as drogas", que, segundo a ONG, já levou a mais de 7 mil mortes.

A campanha "assassina" de combate às drogas, além da "perseguição" aos que a criticam e a massificação das prisões nas Filipinas, "causaram uma redução drástica no respeito aos direitos básicos desde a posse de Duterte em 30 de junho de 2016", denunciou a organização em um comunicado.

A HRW indicou que, segundo dados do governo filipino, entre os mortos da campanha contra as drogas há 3.116 supostos dependentes químicos e traficantes abatidos pelas forças de segurança que teriam oferecido resistência durante as operações policiais.

A organização atribuiu as outras mortes à ação de assassinos de aluguel e milícias populares que se amparam na impunidade oferecida por Duterte, apesar de a maioria desses casos serem considerados oficialmente como "homicídios sob investigação".

A HRW também culpou o governo de Duterte pelo assédio dos seguidores do presidente aos críticos da campanha antidrogas, e denunciou a prisão "por motivos políticos" da senadora Leila de Lima, uma das críticas mais ferrenhas da atual administração.

Em paralelo, a ONG afirma que a cruzada contra as drogas "piorou as já deploráveis condições das instalações carcerárias das Filipinas, incluindo alimentos inadequados e condições insalubres".

As prisões das Filipinas, cuja capacidade total é de 20.399 internos, acolhem atualmente a 132 mil reclusos, segundo dados das autoridades penitenciárias, uma superlotação que a HRW atribui ao aumento das prisões de suspeitos de crimes relacionados com as drogas.

Rodrigo Duterte completará na sexta-feira um ano de mandato, no qual recebeu numerosas denúncias de violações dos direitos humanos, mas manteve uma alta popularidade, com índices de aprovação próximos de 80%.

O presidente prometeu em numerosas ocasiões limpar as Filipinas de traficantes de drogas e dependentes químicos ao considerar que essas substâncias, e especialmente a metanfetamina conhecida como "shabu", estão destruindo as novas gerações do país.

Desde que Duterte chegou ao poder, as autoridades afirmam que os delitos caíram 30%, mais de 1,2 milhões de usuários de drogas e traficantes se entregaram à polícia e mais de 65 mil suspeitos foram detidos.

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