Estudantes protestam contra o presidente Ali Abdallah Saleh, no Iêmen (Mohammed Huwais/AFP)
Da Redação
Publicado em 16 de fevereiro de 2011 às 19h31.
Dubai - Os protestos que sacodem o mundo muçulmano desde as revoltas na Tunísia e Egito chegaram à Líbia e aumentaram as tensões nesta quarta-feira no Irã, Bahrein e Iêmen.
Nesta quarta-feira foram registradas manifestações no Iêmen, Irã, Bahrein e Iraque.
No Iêmen, várias pessoas foram feridas durante um protesto.
Em Sana, a capital, milhares de estudantes e advogados gritaram "Depois de Mubarak, Ali", em referência o presidente Ali Abdullah Saleh, que está no poder há 32 anos.
Os manifestantes tentaram chegar à praça Tahrir (Libertação), que tem o mesmo nome da praça do Cairo que foi epicentro da revolução, mas as forças de segurança impediram o avanço.
Centenas de partidários do partido Congresso Popular Geral (CPG, no poder) atacaram os manifestantes com cassetetes, facas e pedras.
Alguns manifestantes sofreram ferimentos leves. O correspondente da BBC em árabe Albdullah Ghorab, com o rosto coberto de sangue, afirmou à AFP que foi agredido por homens do partido governista.
A manifestação foi organizada por estudantes e integrantes da sociedade civil. A oposição parlamentar, que decidiu retomar o diálogo com o regime, não participou.
Em Taez, ao sul da capital, milhares de pessoas também pediram mudança de regime e oito pessoas foram feridas na dispersão.
No Irã, a oposição reformista conseguiu organizar na segunda-feira a primeira manifestação contra o governo em um ano em Teerã, apesar das advertências das autoridades, que proibiram qualquer protesto e mobilizaram amplamente as forças de segurança.
Alguns manifestantes gritaram frases como "morte ao ditador" e manifestaram apoio ao líder opositor Mir Hossein Mousavi, segundo sites ligados à oposição.
Incidentes foram registrados em várias áreas da capital iraniana entre manifestantes e as forças de segurança, que usaram gás lacrimogêneo.
De acordo com o site Kaleme.com, de Mousavi, centenas de pessoas teriam sido detidas.
No Bahrein, apesar da proibição, centenas de pessoas protestaram em localidades xiitas e confrontos também foram registrados.
Um homem foi ferido em Nuidrat, segundo o governo.
As forças de segurança foram mobilizadas nos principais acessos à capital, Manama, para impedir uma passeata convocada por internautas.
O Iraque também viveu nesta quarta-feira o dia mais violento desde o início dos protestos há duas semanas, com a morte de um jovem manifestante ao sul de Bagdá. A multidão, enfurecida, incendiou edifícios públicos em protesto contra a ausência de serviços públicos.
Na Argélia, onde uma passeata proibida pelo governo enfrentou em 12 de fevereiro um grande dispositivo de segurança, uma nova manifestação está prevista para o próximo sábado.