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Onda de protestos toma Israel após descoberta de corpos de reféns em Gaza

Famílias acusam governo de se recusar a fazer acordo e há pedidos de greve geral

Em Tel Aviv, manifestantes criticam o governo e pedem a libertação dos reféns mantidos pelo Hamas em Gaza ( Jack Guez/AFP)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 1 de setembro de 2024 às 12h43.

Israel foi tomado por manifestações neste domingo, 1º de setembro, após a recuperação dos corpos de seis reféns em Gaza, que intensificou a revolta popular contra a maneira como o governo enfrenta a crise. Em várias cidades, como Tel Aviv, Ra’anana, Rehovot e Be’er Sheva, aconteceram protestos e bloqueios de estradas. Os manifestantes querem um acordo imediato para garantir a libertação dos reféns restantes.

Além disso, a Histadrut, a maior federação de trabalhadores de Israel, está em discussões sobre a possibilidade de convocar uma greve geral, após apelos de famílias de reféns e do líder da oposição, Yair Lapid, para interromper a economia em protesto pela libertação dos reféns.

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O prefeito de Tel Aviv, Ron Huldai, também declarou uma paralisação parcial na cidade, com a suspensão do atendimento ao público na manhã de segunda-feira, como forma de apoio às famílias.

O anúncio de que autópsias revelaram que todos os seis reféns foram executados com tiros na cabeça gerou uma onda de indignação e mobilizou milhares de pessoas em atos de solidariedade e protesto.

A situação permanece tensa, com a população israelense exigindo medidas urgentes para acabar com o sofrimento das famílias dos reféns.

O Fórum das Famílias dos Reféns convocou manifestações em todo o país, incluindo uma vigília em Tel Aviv e um protesto em frente à sede do governo na mesma cidade.

Entre os reféns encontrados mortos estava Hersh Goldberg-Polin, um jovem israelense-americano de 23 anos, cujo sequestro no festival de música Nova durante os ataques de 7 de outubro tornou-se amplamente conhecido. Seus pais, Rachel e Jonathan Goldberg-Polin, haviam feito intensas campanhas internacionais para a sua libertação. A notícia de sua morte se tornou um símbolo trágico da crise.

Os manifestantes acusam o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de negligência e de falhar em garantir a libertação dos reféns. Ex-reféns, como Ilana Gritzewsky, disseram que Netanyahu “assassina os reféns” ao se recusar a fechar um acordo que poderia salvá-los.

Netanyahu conversou com as famílias dos seis reféns cujos corpos foram recuperados, expressando desculpas e pedindo perdão por não ter conseguido trazê-los de volta com vida. Mas isso não diminuiu as críticas.

O Fórum das Famílias dos Reféns acusou o governo de ignorar os conselhos de especialistas de segurança e de priorizar interesses políticos sobre a vida dos reféns.

No 331º dia do conflito, a situação em Israel e Gaza continua a se agravar. Segundo o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas em Gaza, desde o início da guerra, mais de 40.738 palestinos perderam a vida e 94.154 ficaram feridos.

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