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Onda de calor deixa mais de 500 mortos na Espanha

Onda de calor foi uma das mais fortes registradas no país

Termômetro de rua mostra 44 graus Celsius durante uma onda de calor em Sevilha em 12 de julho de 2022

 (AFP/AFP)

Termômetro de rua mostra 44 graus Celsius durante uma onda de calor em Sevilha em 12 de julho de 2022 (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 20 de julho de 2022 às 12h35.

Última atualização em 20 de julho de 2022 às 13h29.

A onda de calor que atingiu a Espanha nos últimos dias foi uma das mais fortes registradas no país, segundo dados provisórios, e provocou inúmeros incêndios, com um novo foco preocupante na região de Aragão (nordeste) nas últimas horas.

Essa onda de calor, que durou de 9 a 18 de julho, foi "a que apresentou maior anomalia" de temperatura registrada no país desde o início da série histórica em 1975, segundo Beatriz Hervella, porta-voz da AEMET.

Leia também: Reino Unido quebra recorde histórico de temperatura mais alta no país

Considerada uma espécie de indicador da potência do episódio de onda de calor, a anomalia é a diferença entre a temperatura que marca o início da onda de calor e a máxima registrada durante o episódio. Durante esta última onda, o valor foi de 4,2 graus, o maior número histórico.

"Estamos falando de pelo menos a terceira [onda de calor] em extensão e duração e esse número ainda pode aumentar", acrescentou Hervella.

Com esses dados, essa onda só ficaria atrás em duração da registrada em julho de 2015, que durou 26 dias, e da de agosto de 2003, que durou 16.

O calor intenso dos últimos dias favoreceu o desenvolvimento de inúmeros incêndios, como o registrado na província de Zamora (noroeste), onde morreram um bombeiro que combatia as chamas e um pastor.

Com a situação mais controlada agora nesta região destruída duas vezes pelo fogo no último mês, a preocupação se espalhou para outros pontos, como Calatayud, na província de Zaragoza (Aragão, nordeste), onde as chamas declaradas na segunda-feira afetam um perímetro de 14 mil hectares.

Cerca de 1,7 mil pessoas foram desalojadas de suas casas e o fogo chegou a interromper a circulação de trens de alta velocidade entre Madri e Barcelona, agora já retomada, embora ainda permaneça em outras estradas bloqueadas.

Outros focos também avançam em vários pontos da extensa região de Castilla y León (centro-oeste) e Galiza (noroeste).

Nesta quarta-feira, o presidente do governo, Pedro Sánchez, em visita à região de Aragão, anunciou que a onda de calor na Espanha provocou a morte de "mais de 500 pessoas".

"Durante esta onda de calor, segundo os registros, mais de 500 pessoas faleceram como consequência das altas temperaturas", informou Sánchez, em referência a uma estimativa da mortalidade realizada por um instituto de saúde pública.

"Peço aos cidadãos que tomem precauções extremas", pediu o presidente socialista, que voltou a repetir que "a emergência climática é uma realidade" e que "a mudança climática mata".

Sánchez já usou termos semelhantes em outras ocasiões durante esta última onda de calor que deixou máximas de 45 ºC em algumas regiões e alimentou vários incêndios que devastaram dezenas de milhares de hectares em todo o país.

O número de mortes que Sánchez citou é uma referência às estimativas feitas pelo instituto público Carlos III, que faz um cálculo estatístico do aumento da mortalidade por causas precisas, como o aumento da temperatura, comparando esses números com séries estatísticas históricas.

O instituto qualificou estes números nos últimos dias e salientou que se trata de uma estimativa estatística e não de um registro oficial de óbitos.

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