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OMC entrega relatório confidencial sobre ajuda dos EUA à Boeing

A Airbus estima um prejuízo comercial de 45 bilhões de dólares, entre 2000 e 2005, segundo fontes ligadas à organização

O modelo 787 Dreamliner, da Boeing (Ben Stansall/AFP)

O modelo 787 Dreamliner, da Boeing (Ben Stansall/AFP)

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Da Redação

Publicado em 31 de janeiro de 2011 às 20h40.

Genebra - A Organização Mundial do Comércio enviou nesta segunda-feira às partes em questão o informe final sobre décadas de subsídios americanos concedidos à Boeing, considerados ilegais pela fabricante de aviões europeia.

A Airbus estima, com isso, um prejuízo comercial de 45 bilhões de dólares, entre 2000 e 2005, segundo fontes ligadas à organização.

"O relatório foi enviado a Bruxelas e Washington", disse à AFP uma fonte ligada à Organização Mundial do Comércio (OMC).

As conclusões da segunda parte do maior caso estudado pela OMC em sua história eram muito esperadas, depois da sentença dada a conhecer em 30 de junho de 2010, que condenou subsídios europeus a Airbus, filial de EADS.

Segundo as regras da OMC, o informe permanecerá confidencial durante alguns meses, até sua tradução nas três línguas oficiais da organização, com sede em Genebra.

A confidencialidade do informe desencadeou uma verdadeira guerra de comunicação, na qual cada parte se declarou vitoriosa.

Segundo a Airbus, o informe da OMC confirma que o construtor aeronáutico Boeing recebeu "ajudas maciças e ilegais".

"A sentença enviada hoje pela Organização Mundial do Comércio (OMC) confirma que a Boeing se beneficiou de subvenções públicas em massa e ilegítimas por décadas, que tiveram efeitos negativos e significativos na indústria europeia", disse a Airbus em comunicado.

"Nos felicitamos com a confirmação, por parte do painel (de especialistas) da OMC, das conclusões iniciais referentes ao apoio dado a Boeing pelo governo americano", declarou por sua vez John Clancy, porta-voz do delegado europeu de Comércio, Karel De Gucht.

A UE estima em 24 bilhões de dólares as subvenções encobertas das quais se beneficiou o concorrente.

No entanto, para a Boeing, o informe da OMC representa "uma ampla rejeição às afirmações da União Europeia".

"As informações publicadas confirmam as divulgadas em setembro de 2010, segundo as quais a OMC rejeitou a quase totalidade das denúncias apresentadas pela Europa contra os Estados Unidos, incluindo a grande maioria de suas reclamações na área de pesquisa e desenvolvimento, com exceção das estimadas em 2,6 bilhões de dólares", comentou a Boeing.

Os Estados Unidos estimaram em 200 bilhões de dólares o prejuízo causado por ajudas europeias a Airbus, uma cifra que Bruxelas desmente.

De acordo com especialistas do setor, o veredicto da OMC poderia condenar ambos os grupos, como já havia acontecido em 2003 durante um processo entre o construtor aeronáutico brasileiro Embraer e o canadense Bombardier.

Europeus e americanos deverão esperar a publicação oficial do informe para apelar da sentença, transmitida nesta segunda-feira.

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