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OLP diz que documentos do 'Wikileaks palestino' não estão certos

Apesar da declaração, Saeb Erekat, chefe da equipe de negociação palestina, não negou nem confirmou as informações

Saeb Erekat, chefe da OLP: ANP está disposta a publicar documentos sobre negociações (Alex Wong/Getty Images)

Saeb Erekat, chefe da OLP: ANP está disposta a publicar documentos sobre negociações (Alex Wong/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 24 de janeiro de 2011 às 09h08.

Ramala - O chefe da equipe de negociação palestina, Saeb Erekat, negou nesta segunda-feira que os documentos secretos divulgados pela rede de televisão "Al Jazeera" sobre as negociações de paz entre israelenses e palestinos (conhecidos como o "Wikileaks palestino") estejam certos, e ofereceu mostrar os originais.

Erekat declarou à emissora de rádio "Voz da Palestina" que os documentos, que revelam concessões "sem precedentes" da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) a Israel, "não são fiéis à realidade", e rejeitou confirmar ou negar seus conteúdos.

"A Autoridade (Nacional) Palestina está disposta a publicar todos os documentos e arquivos relativos às negociações com Israel para esclarecer a postura palestina à população árabe e palestina", assegurou Erekat em comunicado.

"Os palestinos nunca abandonamos a postura que sempre foi defendida por Yasser Arafat e o presidente Mahmoud Abbas", disse Erekat, que acrescentou que sua equipe "sempre esteve comprometida com as leis e resoluções internacionais nas negociações com Israel".

"Se, como os documentos (da "Al Jazeera") dizem, fizemos concessões históricas aos israelenses, por que estes não aceitaram uma oferta tão beneficente?", questionou.

Erekat afirmou ainda que "a ANP e a OLP acreditam que há mãos ocultas que tentam envergonhar a equipe negociadora perante o povo palestino e cravar um punhal nas costas da Autoridade Palestina, justo quando esta se esforça para obter o reconhecimento de um Estado palestino pela comunidade internacional".

"Nunca mentimos, nos mantivemos sempre fiéis a nossos princípios", declarou.


Abbas também se manifestou sobre a polêmica divulgação dos documentos.

"Não se de onde a "Al Jazeera" tirou esses papéis secretos. Não temos nada a ocultar, nossos irmãos árabes sabem tudo porque os informamos de todos os detalhes" das negociações, disse o líder à agência palestina "Wafa".

Fontes da OLP que pediram para não ser identificadas confirmaram à Agência Efe que é provável que o vazamento provoque a saída de Erekat, que participou das dicussões dos Acordos de Oslo e faz parte da equipe de negociação palestina desde 1995.

Segundo esta fonte, "grande parte dos documentos revelados pela "Al Jazeera" existem, mas foram apresentados totalmente fora de contexto, muitos estão cortados e editados, e não mostram a totalidade da posição palestina".

Além disso, "o mapa apresentado (pela rede catariana) corresponde à proposta israelense, não à palestina, e há papéis que são mentirosos", acrescentou a fonte, que disse que a insinuação da "Al Jazeera" de que os negociadores estão enganando ao povo "é absurda, porque a OLP sempre disse que um acordo de paz se submeteria a um plebiscito popular".

Trata-se, segundo a fonte, de "uma tentativa da "Al Jazeera" para que aconteça o mesmo que houve na Tunísia, e os palestinos saiam às ruas para derrubar Abbas, já que a rede sempre atacou o governo (palestino) e se aliou com (o movimento fundamentalista islâmico) Hamas".

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