Desemprego nos EUA chega a 9,2% em junho de 2011 (Joe Raedle/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 31 de outubro de 2011 às 15h34.
São Paulo - A economia mundial se encontra à beira de uma nova e mais profunda recessão do emprego. A conclusão é do "Relatório sobre o Trabalho no Mundo 2011: Os mercados a serviço do emprego", divulgado hoje pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Segundo o documento, o mercado de trabalho mundial se encontra no limite de seis meses que leva para uma desaceleração econômica impactar o emprego. "Chegamos ao momento da verdade", diz o diretor do Instituto Internacional de Estudos Laborais da OIT, Raymond Torres, por meio de nota publicada no site da entidade. "As possibilidades de evitar uma recaída do emprego são limitadas e devemos aproveitá-las", completa.
De acordo com o estudo, dois terços das economias avançadas e metade das economias emergentes e em desenvolvimento atravessam uma desaceleração do emprego. A entidade calcula que nos próximos dois anos a economia mundial terá de criar 80 milhões de postos de trabalho para que o cenário retorne aos índices verificados antes da crise financeira internacional, que se intensificou com a quebra do banco norte-americano Lehman Brothers em setembro de 2008. Destas vagas, 27 milhões teriam de ser criadas nos países desenvolvidos.
No entanto, o quadro visto hoje pela OIT não mostra que esse objetivo será atingido. "Se forem mantidas as tendências atuais, serão necessários pelo menos cinco anos para que o emprego volte aos níveis anteriores à crise nas economias avançadas, um ano depois do previsto no relatório do ano passado." A consequência do desemprego, segundo o documento, é o aumento da tensão social em todo o mundo. Em mais de 45 dos 118 países industrializados a tensão social está aumentando. Além disso, 69 países de uma lista de 118 registraram aumento na porcentagem de cidadãos que veem uma piora no seu nível de vida em 2010 comparado com 2006.
Como solução, a entidade defende o fortalecimento de programas em favor do emprego e investimentos na economia real, além de aumento nos salários do trabalhador.