Casas destruídas na Faixa de Gaza: 18 mil casas foram destruídas, segundo estimativas (Roberto Schmidt/AFP)
Da Redação
Publicado em 2 de setembro de 2014 às 10h50.
Genebra - A ONU afirmou nesta terça-feira que a destruição da infraestrutura em Gaza causada pela ofensiva militar israelense Limite Protetor contra o Hamas não tem precedentes.
Segundo estimativas, 18 mil casas foram destruídas ou gravemente danificadas e 108 mil pessoas ficaram sem lar.
"O cessar-fogo em Gaza (alcançado em 26 de agosto) permitiu uma melhor avaliação dos danos estruturais originados pelo conflito e as organizações no terreno indicam que a escala de destruição não tem precedentes", afirmou o Escritório de Ajuda Humanitária das Nações Unidas.
O exército de Israel realizou durante cinquenta dias uma grande ofensiva contra Gaza, que só foi interrompida por declarações de cessar-fogo temporários que na maioria dos casos não foi respeitado.
O governo israelense e as milícias palestinas assinaram em 26 de agosto uma trégua definitiva e agora a Faixa de Gaza enfrenta a descomunal tarefa da reconstrução.
Segundo a ONU, 13% das casas em Gaza foram inutilizadas. Para piorar, antes do conflito a população já sofria com um déficit de 71 mil unidades habitacionais.
A situação fazia com que parte significativa da população em Gaza vivesse em péssimas condições.
Além disso, os serviços de eletricidade e água funcionam com enormes dificuldades.
A única usina elétrica do território palestino deixou de funcionar após um bombardeio israelense no final de julho.
O porta-voz do Escritório de Ajuda Humanitária da ONU, Jens Laerke, explicou que a usina não pode ser reparada pois vários técnicos em eletricidade morreram nos ataques israelenses, assim como especialistas que trabalhavam em estações de abastecimento de água.
Por esta razão, o funcionário da ONU afirmou que apenas 10% da população conta com água corrente diariamente e na maior parte de Gaza só há energia durante uma parte do dia.
A situação em Gaza atinge de forma mais grave as crianças, pois meio milhão delas não poderão começar o ano letivo.
O conflito deixou 2.116 mortos e 11.231 feridos.
Além disso, 106 mil pessoas se refugiaram em casas de parentes ou amigos, das quais 55 mil seguem em abrigos da Agência para os Refugiados Palestinos da ONU.