Pessoa na frente de uma pichação que chama o vice-presidente paraguaio Franco de "golpista": OEA respalda envio de missão de apoio (Jorge Adorno/Reuters)
Da Redação
Publicado em 20 de julho de 2012 às 23h40.
Washington - O Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) se pronunciou nesta sexta-feira contra a suspensão do Paraguai e a favor de que o secretário-geral do organismo, José Miguel Insulza, prepare o envio de uma missão de apoio ao país, confirmou à Agência Efe uma fonte diplomática.
O Conselho Permanente realizou hoje em Washington uma reunião a portas fechadas, improvisada e de caráter informal, como 'uma espécie de consulta da posição dos países (membros da OEA) a respeito da suspensão ou não do Paraguai', disse à Efe a fonte, que pediu anonimato.
'Posso dizer que houve unanimidade no respaldo a uma missão de apoio ao processo democrático, o que será organizado pelo secretário-geral nos próximos dias. Posso dizer que a possibilidade de suspender o Paraguai foi descartada', afirmou a fonte.
A fonte também enfatizou que 'a maior parte dos países se pronunciou pela não suspensão do Paraguai', uma medida que havia sido requisitada por vários Estados-membros do organismo interamericano.
Fernando Lugo foi destituído da Presidência do Paraguai em 22 de junho após um 'julgamento político' no Congresso e foi sucedido por seu vice-presidente, Federico Franco, com mandato até 15 de agosto de 2013.
A fonte acrescentou que a reunião de hoje constatou 'um consenso geral para que a OEA cumpra o seu papel fundamental na América Latina de fortalecer os sistemas democráticos perante o grande desafio de apoiar o Paraguai neste momento'.
Nesse sentido, citou como exemplo dos iminentes desafios o cumprimento do calendário eleitoral no Paraguai para o pleito geral de 21 de abril de 2013, ao qual a OEA enviará observadores.
O presidente cassado, Fernando Lugo, que prevê concorrer às eleições de 2013, 'goza de garantias de liberdade e está fazendo campanha', o que demonstra que no Paraguai 'rege a normalidade total'.
O Paraguai 'vive em paz, em liberdade, e todas as instituições funcionam normalmente. Isso é uma grande demonstração de que um país pode superar uma crise e seguir transitando pelo caminho da democracia', avaliou a fonte.
Hoje mesmo, o presidente do Paraguai, Federico Franco, assegurou que em 15 de agosto de 2013 entregará o Governo ao líder que for eleito nesse pleito, no qual também serão escolhidos o vice-presidente, 17 governadores, 80 deputados, 40 senadores e legisladores departamentais (provinciais) para um período de cinco anos.
O Governo de Franco recebeu amostras da rejeição de países da região que consideram a cassação de Lugo um atentado à democracia e, por isso, o Paraguai ficará suspenso da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) e do Mercosul enquanto 'não for restabelecida a ordem democrática'.
Lugo foi destituído por 'mau desempenho' de sua gestão, após 17 pessoas terem morrido durante a violenta retirada de camponeses sem-terra de um sítio no sudeste do país. EFE