Obama tem desafio de viabilizar agenda com Congresso hostil
Presidente americano disse que não hesitará em ser "agressivo" para tentar deixar um legado substancial na metade final de seu segundo mandato, dizem fontes
Da Redação
Publicado em 5 de novembro de 2014 às 17h47.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama , tem a partir de agora o difícil desafio de materializar sua agenda progressista em seus dois últimos anos de mandato, diante de um Congresso hostil às suas políticas e mais republicano desde que chegou à Casa Branca, em 2009.
Obama está "ansioso para voltar a trabalhar" após as eleições legislativas de terça-feira e não hesitará em ser "agressivo" para tentar deixar um legado substancial na metade final de seu segundo mandato, anteciparam sob anonimato fontes da Casa Branca.
A Casa Branca insistiu que esta eleição não era um referendo sobre Obama, que está com a popularidade no ponto mais baixo, mas certamente muitos dos republicanos venceram baseando suas campanhas em ataques à gestão e às políticas do presidente.
Os republicanos só precisavam conseguir seis cadeiras dos democratas para controlar o Senado, mas somaram sete e o total pode chegar a dez se ganharem no Alasca e na Virgínia, que ainda apuram os votos, e no segundo turno na Louisiana em dezembro.
Na Câmara dos Representantes, os conservadores ampliaram sua influência.
Têm até o momento 243 cadeiras e caminham para se transformar na maioria republicana mais forte desde a presidência do democrata Harry Truman há quase sete décadas (1945-1953).
Também fez estragos a "maré vermelha", cor dos republicanos, nas eleições ao governo de 36 estados do país, com vitórias inesperadas em redutos tradicionalmente democratas como Maryland, Massachusetts e Illinois.
É certo que, como admitiu o próprio Obama horas antes do fechamento das urnas, o fato de muitas das cadeiras mais disputadas do Senado que se renovavam estarem em estados de tendência conservadora não favoreceu aos democratas.
Além disso, o diagnóstico dos primeiros casos de ebola nos Estados Unidos e o início da campanha militar contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) ocorreram em plena campanha eleitoral se tornaram para muitos republicanos a arma perfeita contra Obama.
Mas também Obama tem sua parte de responsabilidade porque, ao contrário de quando era candidato, foi difícil enquanto presidente se "conectar" e convencer os eleitores, como ele mesmo admitiu.
Alguns analistas questionam hoje se a postura discreta que manteve durante a campanha foi uma boa ideia.
As pesquisas de boca de urna divulgadas ontem deixaram claro que a principal preocupação dos eleitores continua sendo a situação da economia.
E, apesar dos indicadores refletirem mês a mês que a recuperação segue por um bom caminho, os cidadãos não sentem os benefícios desses bons dados macroeconômicos no dia a dia, o que motivou em parte o voto de crítica a Obama e ao Partido Democrata em geral.
Desde janeiro, Obama tomou várias medidas executivas, que não exigem a aprovação do Congresso, centradas exatamente em fortalecer a economia, mas as de maior impacto e mais polêmicas são as de reforma do sistema de imigração, que o presidente prometeu anunciar antes do fim do ano.
Se uma ação executiva de Obama em imigração for combinada a uma decisão de ignorar as bases mais conservadoras, como o novo líder do Senado, o republicano Mitch McConnell, "os americanos podem esperar dois anos mais de confronto e paralisia", advertiu hoje William Galston, analista do Instituto Brookings.
Mas se Obama e McConnell estiverem dispostos a se concentrar "nas áreas de possível cooperação bipartidária, o tom em Washington poderia mudar para melhor", ponderou Galston.
A "significativa" vitória republicana de ontem também cria "mais responsabilidade" para esse partido, que se "quiser demonstrar antes de 2016 que é melhor governando que os democratas" deve fazê-lo agora, afirmou hoje o "Washington Post" em editorial.
Na mesma linha esteve o "New York Times", que pediu que os republicanos expliquem qual é seu programa, após uma campanha baseada na "negatividade" e no alegado "fracasso" das políticas de Obama.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama , tem a partir de agora o difícil desafio de materializar sua agenda progressista em seus dois últimos anos de mandato, diante de um Congresso hostil às suas políticas e mais republicano desde que chegou à Casa Branca, em 2009.
Obama está "ansioso para voltar a trabalhar" após as eleições legislativas de terça-feira e não hesitará em ser "agressivo" para tentar deixar um legado substancial na metade final de seu segundo mandato, anteciparam sob anonimato fontes da Casa Branca.
A Casa Branca insistiu que esta eleição não era um referendo sobre Obama, que está com a popularidade no ponto mais baixo, mas certamente muitos dos republicanos venceram baseando suas campanhas em ataques à gestão e às políticas do presidente.
Os republicanos só precisavam conseguir seis cadeiras dos democratas para controlar o Senado, mas somaram sete e o total pode chegar a dez se ganharem no Alasca e na Virgínia, que ainda apuram os votos, e no segundo turno na Louisiana em dezembro.
Na Câmara dos Representantes, os conservadores ampliaram sua influência.
Têm até o momento 243 cadeiras e caminham para se transformar na maioria republicana mais forte desde a presidência do democrata Harry Truman há quase sete décadas (1945-1953).
Também fez estragos a "maré vermelha", cor dos republicanos, nas eleições ao governo de 36 estados do país, com vitórias inesperadas em redutos tradicionalmente democratas como Maryland, Massachusetts e Illinois.
É certo que, como admitiu o próprio Obama horas antes do fechamento das urnas, o fato de muitas das cadeiras mais disputadas do Senado que se renovavam estarem em estados de tendência conservadora não favoreceu aos democratas.
Além disso, o diagnóstico dos primeiros casos de ebola nos Estados Unidos e o início da campanha militar contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) ocorreram em plena campanha eleitoral se tornaram para muitos republicanos a arma perfeita contra Obama.
Mas também Obama tem sua parte de responsabilidade porque, ao contrário de quando era candidato, foi difícil enquanto presidente se "conectar" e convencer os eleitores, como ele mesmo admitiu.
Alguns analistas questionam hoje se a postura discreta que manteve durante a campanha foi uma boa ideia.
As pesquisas de boca de urna divulgadas ontem deixaram claro que a principal preocupação dos eleitores continua sendo a situação da economia.
E, apesar dos indicadores refletirem mês a mês que a recuperação segue por um bom caminho, os cidadãos não sentem os benefícios desses bons dados macroeconômicos no dia a dia, o que motivou em parte o voto de crítica a Obama e ao Partido Democrata em geral.
Desde janeiro, Obama tomou várias medidas executivas, que não exigem a aprovação do Congresso, centradas exatamente em fortalecer a economia, mas as de maior impacto e mais polêmicas são as de reforma do sistema de imigração, que o presidente prometeu anunciar antes do fim do ano.
Se uma ação executiva de Obama em imigração for combinada a uma decisão de ignorar as bases mais conservadoras, como o novo líder do Senado, o republicano Mitch McConnell, "os americanos podem esperar dois anos mais de confronto e paralisia", advertiu hoje William Galston, analista do Instituto Brookings.
Mas se Obama e McConnell estiverem dispostos a se concentrar "nas áreas de possível cooperação bipartidária, o tom em Washington poderia mudar para melhor", ponderou Galston.
A "significativa" vitória republicana de ontem também cria "mais responsabilidade" para esse partido, que se "quiser demonstrar antes de 2016 que é melhor governando que os democratas" deve fazê-lo agora, afirmou hoje o "Washington Post" em editorial.
Na mesma linha esteve o "New York Times", que pediu que os republicanos expliquem qual é seu programa, após uma campanha baseada na "negatividade" e no alegado "fracasso" das políticas de Obama.