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Obama retoma conversa contra o relógio para evitar moratória

O presidente norte-americano convocou novamente os líderes republicanos e democratas no Congresso

Obama: preocupação em relação aos valores humanos elementares, dos Direitos Humanos e da liberdade religiosa no Tibete (Getty Images)

Obama: preocupação em relação aos valores humanos elementares, dos Direitos Humanos e da liberdade religiosa no Tibete (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 20 de julho de 2011 às 21h47.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, redobrou nesta quarta-feira (20/07) seus esforços para fechar um pacto bipartidário que resolva a crise da dívida e evite a moratória, com uma nova convocação dos líderes republicanos e democratas no Congresso.

Após um intervalo de seis dias, o governante americano voltou a chamar ambos os partidos, separadamente, para tentar estreitar posturas a menos de duas semanas do dia em que, segundo o Tesouro dos EUA, o país vai ficar sem fundos.

A nova medida, impulsionada pelo chamado "Grupo dos Seis", composto por três senadores democratas e três republicanos, foi aprovada pelo próprio Obama que a qualificou de "consistente" com seu próprio enfoque. "A proposta do Grupo dos Seis é um enfoque amplo com o qual estamos de acordo, é um marco que nos permite trabalhar em uma proposta bipartidária de longo prazo", disse Jay Carney, porta-voz da Casa Branca, em sua entrevista coletiva diária.

Em primeiro lugar, Obama receberá os líderes de seu partido - democrata - na Câmara de Representantes e Senado. Depois, o líder americano vai se reunir com o presidente da Câmara de Representantes, o republicano John Boehner, e com o líder da maioria republicana na Câmara, Eric Cantor. Obama vai tentar convencê-los sobre a necessidade de um acordo amplo que permita reduzir o déficit do país, e ao mesmo tempo subir o teto da dívida de US$ 14,29 trilhões.

O presidente americano se mostrou esperançoso diante do plano do "Grupo dos Seis", que aponta um corte de US$ 3,7 trilhões na próxima década, já que prevê reduções no gasto público e contempla uma reforma tributária para aumentar renda.

Diante da gravidade da situação, a Casa Branca afirmou nesta quarta-feira pela primeira vez que estaria disposta a aceitar um acordo de curto prazo que permita evitar a moratória, se o Congresso precisar de "alguns dias" para terminar de elaborar um acordo amplo que inclua uma redução ambiciosa do déficit. "Estamos em cima da hora, e não temos mais tempo", disse nesta terça-feira Obama, ao pedir um enfoque bipartidário e ao lembrar que solvência creditícia dos EUA estava em jogo.


Embora agências de qualificação de crédito como Standard & Poor's e Moody's já tenham anunciado que revisariam sua qualificação da dívida dos EUA diante da possibilidade de se declarar moratória, os mercados mantiveram, por enquanto, a confiança em que Washington evitará tal cenário.

Por sua vez, a China, o maior portador de dívida americana, emitiu nesta quarta-feira um comunicado que diz esperar que o Governo americano "aplique medidas e políticas responsáveis que impulsionem a confiança dos mercados financeiros internacionais e que protejam os interesses dos investidores".

A queda-de-braço política que mantêm os dois partidos nacionais continuou ontem à noite na Câmara de Representantes, de maioria republicana, que aprovou uma proposta de lei denominada "Cortar, controlar, limitar", promovida pelo movimento conservador "Tea Party".

O plano de redução de déficit consistente em "Cortar, controlar, limitar", que previsivelmente será rejeitado no Senado - de maioria democrata-, contempla agressivos cortes no gasto público e condiciona o aumento no teto da dívida nacional a uma emenda constitucional que exija daqui por diante um orçamento equilibrado, medida que foi rejeitada por Obama e pelos democratas.

Curiosamente, no que pode ser interpretado como em uma piscada cúmplice ou uma simples coincidência, o Escritório de Gestão e Orçamento da Casa Branca anunciou nesta quarta-feira o fechamento de 373 centros de coleta de dados estatísticos para finais de 2012, dentro do objetivo da Administração de Obama de eliminar 800 deles até 2015 e de economizar US$ 3 bilhões aos contribuintes. 

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