Obama perdeu chance de ensinar brancos a governar, diz Evo
Chefe de Estado boliviano se expressou nesses termos no discurso de inauguração do primeiro Fórum de Participação Cidadã da Unasul
Da Redação
Publicado em 13 de agosto de 2014 às 16h51.
La Paz - O presidente da Bolívia , Evo Morales , afirmou nesta quarta-feira que seu colega americano, Barack Obama , perdeu o rumo de seu governo e a oportunidade de um líder "negro ensinar suas elites brancas racistas e genocidas a governar".
O chefe de Estado boliviano se expressou nesses termos no discurso de inauguração do primeiro Fórum de Participação Cidadã na Integração regional da União de Nações Sul-americanas (Unasul), na cidade boliviana de Cochabamba (centro).
"A ironia da história: O presidente Obama, prêmio Nobel da Paz, é o presidente que mais guerras promoveu no mundo. Obama não só perdeu o rumo de seu governo, mas perdeu a oportunidade de um presidente negro ensinar suas elites brancas racistas e genocidas a governar", disse Morales.
O líder boliviano acrescentou que o "império" hoje está "bombardeando o Iraque, dividindo a Ucrânia e bloqueando economicamente a Rússia com alguns países que são cúmplices na Europa", continente que também considerou "indiferente" perante a ofensiva israelense em Gaza.
"Nosso repúdio. Não é possível que dois países cúmplices pratiquem o genocídio nos narizes de uma Europa indiferente", disse ao assinalar que Israel está atuando com "armas norte-americanas, dinheiro americano e política externa americana".
Segundo Morales, EUA e Israel "cometem o ato de barbárie mais cruel de toda a história da humanidade".
"Quero dizer, irmãs e irmãos, que o que acontece na Palestina é inaceitável, imperdoável. Às vezes até penso que Obama está louco, seria preciso recomendar um psiquiatra para se recuperar. Não se pode financiar, ou mandar armamento para matar seres humanos", criticou Morales.
O líder boliviano, cujo país não tem relações em nível de embaixadores com os Estados Unidos desde 2008, pediu ao fórum da Unasul que emita um manifesto para condenar o que acontece em Gaza.
O fórum é formado por organizações sociais, entre elas povos indígenas e camponeses, associações de imigrantes, mulheres, idosos, com incapacidades e afrodescendentes, que debaterão até sexta-feira como influenciar nas decisões dos Chefes de Estado de Unasul.