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Obama não olha o relógio

Barack Obama marcou diferenças com seu antecessor, George W. Bush, e há uma, sua impontualidade, que se tornou quase crônica

Obama olha o relógio: "lamento chegar tarde". Essa era já uma das frases mais repetidas por Obama (Getty Images)

Obama olha o relógio: "lamento chegar tarde". Essa era já uma das frases mais repetidas por Obama (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 22 de novembro de 2013 às 08h40.

Washington - Desde quase o primeiro dia em seu trabalho como presidente dos Estados Unidos, Barack Obama marcou diferenças com seu antecessor, George W. Bush, e há uma, sua impontualidade, que se tornou quase crônica e com a qual se acostumaram os jornalistas que cobrem a Casa Branca.

O republicano Bush (2001-2009) era pontual até o limite do exagero e marcou a pauta do que foi seu mandato nesse aspecto, ao chegar ao Capitólio cinco minutos antes do previsto no dia da cerimônia de sua posse.

"Lamento chegar tarde". Essa era já uma das frases mais repetidas por Obama quando era senador e fazia parte do Comitê de Relações Exteriores do Senado.

Inclusive há um vídeo no YouTube que reúne vários momentos de Obama pedindo desculpas a seus colegas senadores depois de ter chegado tarde a uma audiência.

"Já nos acostumamos, ninguém espera que uma atividade que conta com a participação de Obama comece na hora prevista", contou À Agência Efe sem querer dar seu nome uma jornalista da televisão turca que cobre há anos a Casa Branca.

Isto obriga os jornalistas de televisão a fazer algumas vezes não uma, mas várias, entradas ao vivo antes que comece o discurso do presidente.

Quando Obama recebeu o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, na Casa Branca em maio, a entrevista coletiva conjunta que ofereceram começou com mais de uma hora de atraso.


E, em 31 de agosto, quando anunciou no jardim da Casa Branca, na companhia do vice-presidente, Joe Biden, que ia pedir a autorização do Congresso para atacar a Síria pelo uso de armas químicas atribuído ao governo de Bashar al Assad, seu esperado discurso também começou mais de meia hora tarde.

Então houve muitos comentários no Twitter relativos ao "mundo inteiro" estar olhando "um palanque vazio" durante mais de 30 minutos.

Poucos dias depois, em 5 de setembro, Obama chegou tarde ao jantar informal que o presidente russo, Vladimir Putin, ofereceu aos líderes do G20 no Palácio de Peterhoff, nos arredores de São Petersburgo.

Existem muitos exemplos da impontualidade do governante americano e inclusive há uma conta no Twitter chamada "How late was Obama?" (Quanto Obama se atrasou?).

A conta, na qual ironicamente aparece uma foto de Obama olhando seu relógio, registra os minutos que se atrasou em cada um de seus discursos.

Na quinta-feira, seu comparecimento na Casa Branca para falar da reforma da saúde, que depois se tornou uma entrevista coletiva em que abordou as negociações sobre o plano nuclear do Irã e outras questões, começaria às 11h35 e se atrasou exatamente 27 minutos, segundo essa conta do Twitter.

A maioria dos atrasos de Obama registrados nos últimos dois meses foram de mais de 15 minutos.

A pouca pontualidade do presidente contagiou, além disso, outros setores de sua administração. O primeiro porta-voz de Obama quando chegou à Casa Branca, Robert Gibbs, era conhecido por seus atrasos na hora de começar as rodadas de imprensa diárias.

O atual porta-voz de Obama, Jay Carney, costumam começar meia, até uma hora mais tarde do que o previsto, e no Departamento de Estado acontece algo parecido, independente se comparece a porta-voz principal, Jen Psaki, ou um de seus adjuntos.

Em sua impontualidade Obama se parece ao seu amigo e antecessor democrata na Casa Branca, Bill Clinton.

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