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Obama ganha tempo com Bush em voo ao velório de Mandela

Longo voo deu ao presidente um raro tempo em privado com uma figura-chave de sua vida política

Presidente Barack Obama e o ex-presidente George W. Bush são recebidos por oficias em sua chegada em Pretória, África do Sul (GCIS/Divulgação via Reuters)

Presidente Barack Obama e o ex-presidente George W. Bush são recebidos por oficias em sua chegada em Pretória, África do Sul (GCIS/Divulgação via Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2013 às 14h44.

Dakar - Um longo voo no Air Force One para o velório de Nelson Mandela deu ao presidente Barack Obama um raro tempo em privado com duas figuras-chave de sua vida política: o homem contra cujo legado ele concorreu e a mulher que está pronta para outra tentativa após ter sido vencida por ele, cinco anos atrás.

O ex-presidente George W. Bush e a ex-secretária de Estado Hillary Clinton acompanharam Obama no avião presidencial, juntamente com a primeira-dama Michelle Obama e a ex-primeira-dama Laura Bush, no voo de 16 horas até Joanesburgo.

Pouco depois da decolagem, ontem, da Base Aérea Andrews, eles se encontraram em uma sala de conferência dentro do avião e compartilharam lembranças de Mandela, juntamente com o procurador-geral Eric Holder, a assessora de segurança nacional Susan Rice e a assessora sênior Valerie Jarrett, segundo o vice-assessor de segurança nacional, Ben Rhodes, e o secretário de imprensa da Casa Branca, Jay Carney.

“É uma experiência única”, disse Rhodes aos repórteres que estão viajando com o presidente.

Incluir ex-presidentes e suas esposas em eventos como esse é uma tradição. Bush convidou seu próprio pai, o ex-presidente George H.W. Bush, e o ex-presidente Bill Clinton para viajarem com ele na morte do papa João Paulo II, em 2005.

O pano de fundo para esse encontro de Obama, Bush e Hillary Clinton é o legado de Mandela, herói anti-apartheid, que ficou preso durante 27 anos e depois, em 1994, se tornou o primeiro presidente negro da África do Sul.

Símbolo internacional

Falecido em 5 de dezembro, aos 95 anos de idade, Mandela foi um símbolo internacional do poder da reconciliação política em uma escala que supera qualquer definição do passado tenso entre Obama e Bush ou Hillary Clinton.


O velório de Mandela, hoje, em um estádio esportivo, foi marcado pelo luto dos sul-africanos e de líderes de todo o mundo.

Os ex-presidentes dos EUA Bill Clinton e Jimmy Carter, também convidados para se unirem a Obama no Air Force One, viajaram separadamente. George H.W. Bush, 89, não estava em condições de fazer a viagem.

Entre os dignatários internacionais que participaram do velório estavam o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, juntamente com os ex-premiês Gordon Brown e Tony Blair, o presidente francês, François Hollande, e seu antecessor, Nicolas Sarkozy, e a presidente do Brasil, Dilma Rousseff.

Os limites impostos pelo governo sul-africano para o tamanho das delegações estrangeiras que participaram do velório fizeram com que Obama não pudesse chamar líderes dos direitos civis e de negócios, celebridades e outras figuras públicas para acompanhá-lo a Joanesburgo. Alguns parlamentares viajaram separadamente.

Para Bush, 67, e Obama, o interesse em comum em programas de saúde e desenvolvimento no continente africano serviu como uma ponte entre dois homens com pouco em comum politicamente.

Neste ano, eles participaram juntos de um evento da embaixada na Tanzânia, quando a participação dos Bush em um evento feminino internacional coincidiu com uma viagem dos Obama por três países da África.

Para Hillary Clinton, 66, que perdeu para Obama nas primárias democratas de 2008 e depois foi secretária de Estado em seu primeiro mandato, pegar uma cobiçada carona para o concorrido velório de Mandela lança um holofote sobre seu potencial presidencial para 2016. A viagem também lhe deu algum tempo sozinha com o mais recente republicano e o mais recente democrata que ocuparam o cargo.

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