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Obama firma sanções contra altos funcionários venezuelanos

O presidente americano firmou lei que pune altos funcionários venezuelanos acusados de cometer violações dos direitos humanos durante protestos


	Protesto na Venezuela: texto visa a funcionários acusados de dirigir e apoiar "atos de violência e abusos sérios"
 (JUAN BARRETO/AFP Photow)

Protesto na Venezuela: texto visa a funcionários acusados de dirigir e apoiar "atos de violência e abusos sérios" (JUAN BARRETO/AFP Photow)

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Da Redação

Publicado em 18 de dezembro de 2014 às 21h01.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, firmou nesta quinta-feira a lei que pune altos funcionários venezuelanos acusados de cometer violações dos direitos humanos durante a onda de protestos contra o governo no início de 2014.

Obama firmou a "Lei de Defesa dos Direitos Humanos e da Sociedade Civil da Venezuela 2014", que faculta ao presidente a "adoção de sanções contra os responsáveis por violações dos direitos humanos" no país sul-americano, informou a Casa Branca em um comunicado.

O texto visa a funcionários acusados de dirigir e apoiar "atos de violência e abusos sérios dos direitos humanos" contra manifestantes anti-governamentais na Venezuela.

Os funcionários enquadrados serão proibidos de entrar nos Estados Unidos e terão eventuais bens congelados no território americano.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, reagiu afirmando que são "insolentes medidas tomadas pela elite imperialista dos Estados Unidos contra a Venezuela".

"O presidente Obama deu hoje um passo em falso contra nossa Pátria, ao firmar tais sanções apesar da rejeição nacional e continental".

Segundo Maduro, o presidente Obama "por um lado reconhece o fracasso das políticas de agressão e bloquio contra nossa irmã Cuba (...), mas por outro inicia a escalada de uma nova etapa de agressões contra a Pátria de Bolivar, apesar da rejeição total do nosso povo...".

A aprovação desta lei, proposta pelos republicanos do Congresso dos Estados Unidos, revela "as contradições de um Império que pretende impor seu domínio por qualquer meio, subestimando a força e a consciência da Pátria".

Na semana passada, o senador Robert Menéndez, que promoveu a lei no Senado americano, destacou que "os indivíduos por trás das violações dos direitos humanos na Venezuela não poderão seguir se escondendo e serão responsabilizados".

Em maio, o senador Marco Rubio recomendou sanções contra 27 altos funcionários venezuelanos, incluindo a procuradora-geral, Luisa Ortega, o então ministro do Interior, Miguel Rodríguez Torres, e vários governadores "chavistas".

A Venezuela, atolada em uma polarização política, foi abalada entre fevereiro e maio por protestos opositores que, incitados pela escassez de alimentos e falta de segurança, deixaram 43 mortos.

Maduro acusou grupos de direita apoiados pelos Estados Unidos de promoverem a onda de protestos.

Após as manifestações, os Estados Unidos tacharam repetidas vezes de inoportunas as sanções contra o governo venezuelano, mas os esforços falidos de aliados latino-americanos para diminuir as tensões entre opositores e oficialistas fizeram com que Obama mudasse de opinião.

Em agosto, o Departamento de Estado negou o visto a 24 funcionários venezuelanos supostamente envolvidos em violações dos direitos humanos durante os protestos.

Caracas e Washington mantêm relações diplomáticas tensas desde a chegada ao poder do finado presidente Hugo Chávez (1999-2013), mas os Estados Unidos são o principal comprador do petróleo venezuelano.

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