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Obama evita reunião com Netanyahu e expõe relação turbulenta

Netanyahu e Obama têm relações turbulentas, mas apenas em uma visita aos EUA do líder israelense desde 2009 os dois não se encontraram

O presidente americano Barack Obama faz campanha em Dubuque, Iowa (Scott Olson/Getty Images/AFP)

O presidente americano Barack Obama faz campanha em Dubuque, Iowa (Scott Olson/Getty Images/AFP)

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Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2012 às 23h06.

Washington - Numa atitude altamente excepcional contra um aliado importante, a Casa Branca anunciou na terça-feira que o presidente Barack Obama não vai se reunir com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, durante a visita deste aos Estados Unidos neste mês, num momento de divergências entre os dois países a respeito do programa nuclear iraniano.

A aparente esnobada, junto com a pressão de Netanyahu por uma postura mais dura de Washington contra Teerã, ameaça levar as relações israelo-americanas a uma crise, e gerar uma pressão sobre Obama na reta final da sua campanha à reeleição.

Um funcionário israelense disse que a Casa Branca rejeitou o pedido de Netanyahu para se reunir com Obama durante a visita do premiê aos EUA, onde participará da reunião anual da Assembleia Geral da ONU. A Casa Branca argumentou, segundo essa fonte, que "a agenda do presidente não permitirá" o encontro.

Tommy Vietor, porta-voz da Casa Branca, negou que Netanyahu tenha sido esnobado, observando que os dois líderes discursarão em dias diferentes na sede da ONU, e por isso não estarão simultaneamente em Nova York.

Netanyahu e Obama têm relações turbulentas, mas apenas em uma visita aos EUA do líder israelense desde 2009 os dois não se encontraram - na ocasião, em 2010, Obama estava em viagem ao exterior.


Ao evitar o encontro, Obama pode se indispor com alguns eleitores judeus e pró-Israel dos EUA. Seu rival republicano, Mitt Romney, já acusou o presidente democrata de ser rígido demais com Israel, e brando demais com o Irã.

Os EUA e Israel suspeitam que o Irã esteja desenvolvendo armas nucleares, algo que Teerã nega. Israel vem insinuando de forma cada vez mais agressiva que está preparando um ataque contra instalações nucleares iranianas, enquanto Washington insiste que ainda há espaço para resolver o impasse diplomaticamente.

A decisão da Casa Branca de não agendar o encontro com Netanyahu pode sinalizar uma irritação dos EUA com as recentes declarações do premiê de Israel pedindo que Washington imponha um limite claro ao Irã.

No mesmo dia em que o não-encontro foi anunciado, Netanyahu disse que os EUA abriram mão do seu direito moral de impedir Israel de agir contra o Irã, já que os próprios norte-americanos se recusaram a adotar uma postura mais firme contra Teerã.

"O mundo diz a Israel: ‘Espere, ainda há tempo'. E eu digo: ‘Esperar o quê? Esperar até quando?'", disse Netanyahu, em inglês, a jornalistas. "Quem na comunidade internacional se recusa a estabelecer uma linha vermelha para o Irã não tem direito moral de acender uma luz vermelha para Israel", acrescentou ele.

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