Obama e Romney disputam Ohio, estado-chave na eleição
Faltando quatro dias para as eleições, Obama precisa vencer em Ohio, que tradicionalmente vota nos democratas, e em estados indecisos onde está liderando
Da Redação
Publicado em 3 de novembro de 2012 às 10h48.
Washington - Os candidatos à presidência dos Estados Unidos , Barack Obama e Mitt Romney, reforçaram nesta sexta-feira a campanha para conquistar os eleitores de Ohio, um estado que, com seus 18 votos no colégio eleitoral, será fundamental nas estratégias e cálculos para se alcançar a Casa Branca.
O democrata Obama, que briga para conquistar um segundo mandato, voltará para Ohio no sábado e ficará até segunda-feira, enquanto o republicano Romney participará de atos neste estado domingo e segunda-feira.
Faltando quatro dias para as eleições, Obama precisa vencer em Ohio, que tradicionalmente vota nos democratas, e em estados indecisos onde está liderando (Iowa, Nevada e Wisconsin) para superar os necessários 270 votos no colégio eleitoral.
Para Romney, que leva vantagem nos estados-chave da Flórida e Virgínia, vencer em Ohio também é necessário para a vitória.
Segundo uma pesquisa do canal 'CNN' divulgada hoje, Obama supera Romney em Ohio por apenas três pontos (50% a 47%), uma vantagem que está dentro da margem de erro da pesquisa.
'Fizemos um progresso real nestes quatro anos', disse o presidente em um instituto de Springfield durante um dos três comícios que deu ao longo do dia em Ohio.
Diante das acusações de Romney de que não colaborou com os republicanos para aprovar leis no Congresso, Obama disse que se 'o preço da paz em Washington' passa por cortar ajudas aos estudantes ou dar mais poder as companhias de seguros de saúde ele não está disposto a pagar por isso. 'Isso não é bipartidarismo. Isso não é mudança', afirmou o presidente.
Além disso, Obama acusou Romney de querer assustar os eleitores de Ohio, onde um de cada oito postos de trabalho depende da indústria do automóvel, com um anúncio de campanha no qual afirmava que a Chrysler planeja levar parte de sua produção de jipes para a China, algo que a própria companhia negou.
Por sua parte, antes de chegar a Ohio, Romney fez um discurso em West Allis (Wisconsin) no qual pediu aos americanos que na próxima terça-feira votem por uma 'mudança real', que seja medida por conquistas e 'não palavras'.
O republicano usará o discurso como alegação final nestes últimos quatro dias de campanha e nela fará a pergunta: 'querem mais do mesmo ou uma mudança real?'
Obama 'faz novas promessas que não poderá cumprir' porque seguirá 'pelo mesmo caminho', o que levará o país a ter 'US$ 20 trilhões de dívida e um desemprego sufocante', advertiu Romney ao alertar que se não ocorrer uma 'mudança de rumo' os Estados Unidos poderão entrar em um novo período de recessão econômica.
Depois, em um ato em Etna (Ohio), Romney renovou suas promessas de aumentar a produção nacional de energia, o que faz parte de seu plano de cinco pontos para criar empregos.
Na última hora desta sexta-feira Romney participará de um grande ato de campanha em West Chester (Ohio), no qual estará acompanhado de governadores, senadores, prefeitos e outros políticos republicanos, que seguirão depois para uma viagem por vários estados.
Nesta sexta-feira foi divulgado que a taxa de desemprego em outubro aumento de 7,9% para 8%, mas em compensação foram criados 171 mil novos postos de trabalho, um número maior do que o esperado, segundo um relatório do governo.
Obama e Romney interpretaram cada um da sua maneira os dados, já que para o presidente eles refletem um 'progresso real', e segundo o republicano demonstram a 'estagnação' da economia.
Desde a Segunda Guerra Mundial nenhum presidente americano, com exceção de Ronald Reagan, foi reeleito com um índice de desemprego superior a 6%.
Por isso, Obama falou em um comício em Hilliard (Ohio) não da taxa do desemprego, mas que quando ele chegou à Casa Branca, em janeiro de 2009, a economia perdia mais de 700.000 empregos por mês e desde então se criaram mais de 5,5 milhões de novos postos de trabalho.
Já Romney ressaltou que o desemprego hoje 'é maior que quando Barack Obama assumiu o cargo', em referência ao fato da taxa ser de 7,8% em janeiro de 2009. EFE