Homem na região em que os mísseis da força aérea síria supostamente caíram em Raqqa, na Síria (REUTERS/Nour Fourat)
Da Redação
Publicado em 22 de agosto de 2013 às 18h52.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, está sendo pressionado dentro e fora de seu país para agir de forma incisiva diante das acusações de que o governo sírio matou centenas de pessoas em um ataque com armas químicas.
A Casa Branca se disse "abismada" com os relatos sobre um ataque com gás da madrugada de quarta-feira nos arredores de Damasco, mas deixou claro que a reação norte-americana irá aguardar a confirmação do fato e voltou a exigir que o presidente sírio, Bashar al-Assad, garanta acesso imediato de inspetores da ONU ao local.
A resposta cautelosa condiz com a relutância de Washington em intervir na guerra civil síria iniciada há dois anos e meio.
Mas, se as acusações de um ataque com gás com centenas de mortos forem confirmadas, Obama certamente enfrentará uma forte pressão para agir mais agressivamente, possivelmente até com a força militar, pois o próprio Obama já havia dito que o uso de armas químicas seria um limite inaceitável no conflito.
O consenso em Washington e nas capitais aliadas é de que uma resposta internacional organizada só pode dar certo se tiver os EUA na liderança. Mas Obama não demonstra apetite por uma intervenção, uma vez que a pesquisas mostram que a maioria dos norte-americanos se opõe a novos envolvimentos militares no mundo islâmico.
Apesar disso, a difusão pela Internet de terríveis fotos e vídeos mostrando vítimas do massacre está pressionando Obama.
O chanceler francês, Laurent Fabius, disse que as potências mundiais devem responder com força se for comprovada a responsabilidade do governo sírio no que teria sido o mais grave ataque com armas químicas contra civis e um quarto de século. Mas mesmo Fabius salientou que não há hipótese de enviar tropas terrestres.
Israel afirmou acreditar que as forças do governo tenham usado armas químicas para matar centenas de pessoas em subúrbios de Damasco controlados por rebeldes e acusou o mundo de fechar os olhos a isso.
Já Obama, que faz uma viagem de dois dias pelo nordeste dos EUA para discutir questões econômicas, não fez nesta quinta-feira nenhuma menção à situação na Síria.
"O fato de estarmos fazendo essa viagem de ônibus é uma indicação de que o presidente mantém suas prioridades enquanto continua monitorando o que é uma situação cada vez mais trágica na Síria", disse a jornalistas o porta-voz presidencial Josh Earnest.
No capitólio, o influente senador republicano John McCain disse que "relatos confiáveis" vindos da Síria sobre o uso de armas químicas pelas forças de Assad "deveriam chocar nossa consciência coletiva".
"Já passa muito da hora de que os Estados Unidos e nossos amigos e aliados respondamos às continuadas atrocidades em massa de Assad na Síria, com ações decisivas, incluindo ataques militares limitados para degradar o poderio aéreo e as capacidades de mísseis balísticos de Assad", disse ele em nota.