West Point - O presidente dos Estados Unidos , Barack Obama , disse nesta quarta-feira que a tensão entre os EUA e a Rússia pela situação na Ucrânia não representa um retorno à Guerra Fria, pois ao invés de se tratar de um enfrentamento de dois blocos, hoje a Rússia está "isolada".
"As ações recentes da Rússia na Ucrânia lembram os dias quando os tanques soviéticos entraram no leste da Europa. Mas isto não é a Guerra Fria", disse Obama em discurso sobre política externa na Academia Militar de West Point, em Nova York.
"Nossa capacidade de dar forma à opinião mundial ajudou a isolar a Rússia imediatamente. Devido à liderança americana, o mundo condenou imediatamente as ações da Rússia", opinou.
Em março, a Rússia anexou a península ucraniana da Crimeia após a realização de um referendo, no qual a maioria da população local, em sua maioria de origem russa, votou a favor da independência.
A consulta foi rejeitada pelos EUA e a União Europeia (UE).
O líder americano citou a imposição coordenada de sanções ao lado da UE e do G-7, a cooperação da Otan e a ajuda financeira do Fundo Monetário Internacional (FMI) à Ucrânia, além do apoio dos observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
"Esta mobilização da opinião mundial e das instituições serviu como um contrapeso à propaganda russa, a presença das tropas russas na fronteira (com a Ucrânia) e as milícias armadas", argumentou.
Obama ressaltou que neste fim de semana foram realizadas eleições presidenciais na Ucrânia com "milhões de votos", e reconheceu que ainda não é possível saber "como se desenvolverá a situação". Para o presidente, ainda "haverá graves desafios" pela frente.
"Ficar ao lado de nossos aliados e em nome da ordem internacional deu uma oportunidade ao povo ucraniano para escolher seu futuro", afirmou Obama.
O presidente descreveu a situação na Ucrânia como um dos "novos perigos" que o mundo enfrenta, entre os quais citou "a agressão da Rússia contra antigos Estados soviéticos" e "a preocupação dos vizinhos da China com o poder econômico e o alcance militar" do país asiático.
São Paulo – Depois de um polêmico referendo, a região da
Crimeia é, para todos os efeitos, parte da
Rússia . Assim, saem as leis ucranianas e entram as leis russas. Não são apenas bandeiras e simbolismos que irão mudar na vida das 2,5 milhões de pessoas que ali vivem. Algumas leis mudarão pequenas coisas. Outras, trarão para a Crimeia grandes mudanças – a mentalidade radical e conservadora na Rússia de
Vladimir Putin . Conheça a seguir 11 dessas leis:
2. 1. A lei contra a "propaganda gay" passará a valer 2 /13(REUTERS/Neil Hall)
O povo da Crimeia se submeterá a uma recente - e polêmica - lei russa, que proíbe a "propaganda gay". Um casal gay se beijando em público se encaixaria na lista de práticas ilegais, por exemplo. A Ucrânia já tinha uma lei similar, mas ainda estava em análise no Parlamento.
3. 2. Novo fuso horário 3 /13(Artur Bainozarov/Reuters)
A Crimeia passará a adotar os fusos horários de Moscou. Assim, colocará a Crimeia duas horas na frente da Ucrânia em boa parte do ano; e três horas na frente em alguns meses do ano.
4. 3. Visto será obrigatório para estrangeiros 4 /13(Vasily Fedosenko/Reuters)
Nos últimos anos, a Ucrânia não pedia vistos de turistas internacionais da maioria das nações desenvolvidas. Isso deu um impulso para a economia local. Já a Rússia faz questão de exigir o visto e os obriga a passar por um burocrático e longo processo de requerimento. A nova política linha-dura deve afastar muitos turistas europeus da região.
5. 4. Sem bebida depois das 23h 5 /13(David Mdzinarishvili/AFP)
Desde 2013, os russos não podem comprar bebidas alcoolicas nas lojas depois das 23h, em uma tentativa de diminuir os casos de alcoolismo e abuso de bebida. Na Ucrânia, não havia restrições do tipo.
6. 5. Exames universitários? Só se falar russo 6 /13(Andrey Smirnov/AFP)
Na Ucrânia, onde várias línguas são faladas - ucraniano, língua tártara, russo - os exames para entrar nas universidades permitem diferentes expressões. Na Rússia, onde também há diversas línguas, as universidades aceitam apenas o russo. É o que deve acontecer na Crimeia (onde se fala russo, principalmente, mas também ucraniano e língua tártara)
7. 6. O serviço militar será obrigatório 7 /13(Baz Ratner/Reuters)
Desde 2013, a Ucrânia não exigia mais o serviço militar de seus cidadãos. Na Rússia, ele continua obrigatório. Para os jovens da Crimeia que não esperavam servir, o futuro agora é certo: alistamento. E para defender a Rússia, não a Ucrânia.
8. 7. Para comprar um chip de celular, mostre o passaporte 8 /13(Photobucket / meme_168)
Para comprar um simples chip SIM de celular na Rússia, exige-se o passaporte. Assim será na nova Crimeia. Antes de cair, o presidente ucraniano Viktor Yanukovych tentou criar a mesma lei no país - uma maneira de controlar e vigiar mais facilmente a população e os manifestante.
9. 8. Problemas para combater a Aids 9 /13(Marcelo Camargo/ABr)
Desde o fim da União Soviética, russos e ucranianos viveram um rápido crescimento de casos de Aids - principalmente, por conta do uso de drogas injetáveis. Na Ucrânia, medidas do governo ajudaram a controlar a epidemia. Na Rússia, os esforços contra a doença nunca foram tão intensos. O combate à doença na Crimeia pode piorar se as medidas e campanhas de saúde russas passarem a vigorar.
10. 9. Nova moeda 10 /13(REUTERS/Vasily Fedosenko)
A Crimeia usava a moeda ucraniana, o hryvnia. Agora, usará o rublo, a moeda russa. Líderes da Crimeia estão planejando um período de transição, com as duas moedas sendo aceitas.
11. 10. ONGs locais perderão força 11 /13(AFP/Getty Images)
Em 2012, a Rússia fechou a torneira de fundos das ONGs locais. Putin aprovou uma lei que submetia as organizações a um rigoroso processo de investigação para liberar verbas. Na realidade, era uma maneira de descobrir o que Putin chamada de "agentes estrangeiros" - espiões. O ex-presidente ucraniano Yanukovych tentou criar lei semelhante, sem sucesso. Agora, as ONGs da Crimeia passarão pelo pente fino russo.
12. 11. A internet será censurada 12 /13(Getty Images)
Na Rússia, há uma lista de sites proibidos desde 2012. Sites que não podem ser acessados de dentro do país. Segundo o governo, estão bloqueados sites de pornografia infantil, drogas e suicídio. Na realidade, a medida serve para bloquear sites de oposição ao governo. Agora o povo da Crimeia também não poderá acessar determinados sites.
13. Agora veja quem poderia entrar em uma briga com a Rússia 13 /13(REUTERS/Baz Ratner)