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Obama consegue vitória sobre os republicanos

O Congresso americano aprovou no fim da noite de terça-feira uma lei para evitar o abismo fiscal, uma vitória para o presidente americano


	O presidente americano Barack Obama discursa na Casa Branca em 1º de janeiro: "esta noite cumprimos a promessa graças aos votos dos democratas e dos republicanos" 
 (Chris Kleponis/AFP)

O presidente americano Barack Obama discursa na Casa Branca em 1º de janeiro: "esta noite cumprimos a promessa graças aos votos dos democratas e dos republicanos"  (Chris Kleponis/AFP)

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Da Redação

Publicado em 2 de janeiro de 2013 às 12h22.

Washington - O Congresso americano aprovou no fim da noite de terça-feira uma lei para evitar o abismo fiscal, que teria provocado aumentos de impostos e cortes de gastos públicos, uma vitória para o presidente Barack Obama ante os republicanos, mas que apenas adia em poucas semanas outros problemas importantes para a economia do país.

Com 275 votos a favor e 167 contrários, a Câmara de Representantes encerrou duas semanas de confrontos e negociações em Washington.

Às 23h00 (2h00 de Brasília), a Câmara de Representantes, com maioria republicana, aprovou um projeto de lei que aumenta os impostos para as famílias com renda superior a 450.000 dólares ao ano, um dia depois da aprovação no Senado, dominado pelos democratas.

Apesar do repúdio a qualquer tipo de aumento de impostos, parte dos republicanos aceitou votar a favor da medida para evitar o abismo fiscal, que teria provocado um aumento generalizado de impostos, combinado com importantes cortes nos gastos públicos, em particular no orçamento de defesa.

Um dia antes, o Senado se reuniu na noite de Ano Novo - pela primeira vez em 40 anos — para aprovar o projeto de lei (89 contra 8), graças a um acordo entre o vice-presidente Joe Biden e o líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell.

O presidente Obama afirmou pouco depois da votação que cumpriu a promessa de campanha de implementar um sistema tributário mais justo nos Estados Unidos.


"Esta noite cumprimos a promessa graças aos votos dos democratas e dos republicanos no Congresso", completou.

Obama também advertiu que não negociará com os adversários republicanos no Congresso, nem oferecerá cortes de gastos, em troca do aumento do limite do endividamento do governo, conhecido como teto da dívida, que deve acontecer ainda no primeiro trimestre de 2013.

"Vou negociar sobre muitas coisas, mas não vou ter outro debate com este Congresso sobre se eles devem ou não pagar as contas que se acumularam com as leis que eles aprovaram", disse o presidente.

"Permitam-me repetir: não podemos não pagar as contas com as quais já estamos comprometidos. Se o Congresso se nega a dar ao governo dos Estados Unidos a possibilidade de pagar estas contas a tempo, as consequências para toda a economia mundial seriam catastróficas, muito piores que o impacto de um abismo fiscal".

Em 2011, a disputa com os republicanos sobre o teto da dívida levou a agência de classificação financeira Standard and Poor's a reduzir a nota da dívida dos Estados Unidos.

Obama interrompeu as férias de fim de ano para retornar a Washington e solucionar a nova crise. Após a aprovação da Câmara de Representantes, ele retornou ao Havaí para encontrar a família.

A resolução da crise do abismo fiscal aconteceu a tempo de evitar o pânico nos mercados, que voltam ao trabalho nesta quarta-feira, primeiro dia útil de 2013.

Quando Obama promulgar a nova lei, a taxa de impostos para as famílias com renda superior a 450.000 dólares ao ano passará de 35% a 39,6%.

Mas ainda restam questões pendentes para a economia americana, como as medidas de cortes dos gastos públicos, adiadas em dois meses, que provavelmente provocarão um novo embate entre a Casa Branca e os republicanos.

No momento, Obama conseguiu, apenas dois meses depois da reeleição, uma vitória política com uma lei que acaba com as vantagens fiscais para os mais ricos, herdadas do governo de seu antecessor, o republicano George W. Bush.

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