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Obama cita Egito como exemplo e louva 'coragem dos iranianos'

Presidente americano pediu que países do Oriente Médio ouçam pressões das ruas e façam reformas democráticas

Barack Obama na Casa Branca: pressão por democracia no Oriente Médio (Win McNamee/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 15 de fevereiro de 2011 às 17h01.

Washington - O presidente americano, Barack Obama, advertiu seus aliados do mundo árabe sobre o risco de uma revolução em seus países semelhante a do Egito, se frearem as aspirações democráticas da população. Disse, ao mesmo tempo, esperar que os iranianos deem prosseguimento ao desafio feito a seus dirigentes.

"Não se pode exercer o poder pela força, indefinidamente", lançou Obama durante entrevista à imprensa organizada na Casa Branca. "Toda a sociedade precisa de consentimento, num nível ou em outro".

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"Enviamos mensagem forte a nossos aliados na região dizendo 'tomemos o exemplo do Egito mais que o do Irã'", declarou Obama durante entrevista à imprensa na Casa Branca, quatro dias após a derrubada do presidente egípcio Hosni Mubarak.

"A mensagem que temos a transmitir aos amigos quanto aos inimigos, antes mesmo das manifestações no Egito, é dizer que o mundo mudou", declarou o presidente dos Estados Unidos, que havia feito um pronunciamento sobre o assunto, no Cairo, em 2009.

"Há no Oriente Médio uma jovem geração dinâmica, em busca de uma chance. E se governamos um destes países, precisamos levar em conta as mudanças, não podemos nos permitir sermos arrastados" (pelos acontecimentos), acrescentou o presidente americano.

Mubarak, aliado dos Estados Unidos durante 30 anos, foi encurralado pelos protestos de rua até sua demissão, realizada menos de um mês após a de outro dirigente do mundo árabe, o tunisiano Ben Ali.

Desde o afastamento de Mubarak na semana passada, manifestações foram realizadas em outros países da região: Argélia, Iêmen, Bahrein.

No Irã, milhares de pessoas foram em pequenos grupos na segunda-feira, ao centro de Teerã, atendendo a apelo dos líderes da oposição, o ex-primeiro-ministro Mir Hossein Mussavi e o ex-presidente do Parlamento, Mehdi Karubi, apesar da proibição das autoridades.

As manifestações, durante as quais duas pessoas foram mortas e nove policiais ficaram feridos, são as primeiras no período de um ano. Visavam oficialmente a apoiar os movimentos populares no Egito e na Tunísia.

Barack Obama considerou "irônico" o fato de os líderes iranianos no poder "fazerem menção de celebrar o que acontece no Egito, quando na realidade praticam exatamente o contrário, agredindo pessoas que tentam se exprimir pacificamente".

"Espero que o povo do Irã continue a ter a coragem de expressar sua sede de liberdade e seu desejo de ter um governo representativo", disse o presidente americano.

Sobre a situação no Egito, Obama considerou que havia "evidentemente ainda muito trabalho a fazer", mas "o que vimos até então é positivo".

"O Egito precisará de ajuda para construir as instituições democráticas e reforçar a economia afetada pelos acontecimentos", disse.

"O conselho supremo das forças armadas está no comando e reafirmou que os tratados com países como Israel e os compromissos internacionais seriam respeitados", felicitou-se o presidente americano.

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