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EUA definem plano histórico contra mudanças climáticas

Barack Obama apresentou a primeira grande estratégia do país para reduzir suas emissões de gases efeito estufa, que inclui a imposição de limites para as emissões de termelétricas

Obama: "Usar menos energia suja, fazer a transição para fontes mais limpas de energia e desperdiçar menos energia... é esse o lugar onde precisamos ir" (AFP/ John Gurzinski)

Vanessa Barbosa

Publicado em 25 de junho de 2013 às 16h43.

São Paulo - Em anúncio na tarde desta terça-feira na Universidade de Georgetown, em Washington, o presidente dos EUA, Barack Obama , apresentou a primeira grande estratégia do país para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa . O anúncio histrórico tem uma ambição: influenciar a agenda climática global.

"Os níveis de gases de efeito estufo na nossa atmosfera estão altíssimos, gerando efeitos perigosos para o planeta", disse Obama na abertura do discurso. "Os últimos 12 anos, foram os mais quentes da história. As calotas polares tiveream degelo recordes. O mundo está mais quente do que nunca", afirmou Obama na abertura de seu discurdo.

O presidente destacou outros efeitos nocivos do clima, como as secas e incêndios que afetaram a produção mundial de alimentos nos EUA e na Rússia no ano passado, o que causou o aumento dos preços dos alimentos. Lembrou também das fortes echentes e furacões que varrem o país de forma cada vez mais severa, ano após anos, deixando vítimas fatais e vários desabrigados.

"Como presidente, como pai e como americano estou aqui pra dizer que precisamos agir. Eu me refuso a condenar nossa geração atual e gerações futuras à penúria", afirmou Obama. "Estou disposto a trabalhar com qualquer um, republicanos, democratas, independentes ... para combater esta ameaça, em nome dos nossos filhos."

Medidas do Plano

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O plano americano de redução de emissões começa pelo setor de energia . "Vamos investir mais em tecnologias limpas, em fontes renováveis", diz Obama.

As propostas de Obama incluem a imposição de um limite para as emissões de carbono das termelétricas, que são responsáveis por dois terços das emissões de gases efeito estufa do país. Segundo a estratégia, a Agência de Proteção Ambiental (EPA) deverá estabelecer padrões e limites para emissões de gases nocivos pelas usinas. "As usinas de energia ainda podem despejar quantidades ilimitadas de poluição de carbono no ar de graça. Isso não está certo ... e precisa parar", criticou.

De acordo com analistas internacionais, essa é uma das medidas que mais deve enfrentar a oposição da indústria do carvão, de muitos grupos empresariais e de parlamentares republicanos.

"Isso não siginifca que vamos parar de produzir e consumir combustíveis fósseis da noite pro dia. A transição para uma energia limpa é longa. Mas simplesmente não será através da extração de petróleo que conseguiremos encontrar nosso caminho da salvação contra a mudança climática ", ponderou Obama.

O pacote inclui US $ 8 bilhões em garantias de empréstimos para a eficiência energética inovadora e projetos de redução de emissões por combustíveis fósseis, incluindo os esforços para capturar e armazenar as emissões de dióxido de carbono das usinas de carvão e gás natural.


Com foco nas fontes limpas, o presidente destacou o potencial do setor, que duplicou nos últimos anos. "A meta é duplicar de novo até 2020". Pelo plano, mais seis milhões de casas americanas deverão ser supridas por energia renovável nos próximos sete anos.

Além disso, o Deparatamento de Defesa, o maior consumidor de energia do país, deverá ter mais 3 GW de seu consumo vindo de fontes limpas. Já a meta para o governo federal será de 20% de renováveis até 2020.

O consumo individual de energia é outro ponto atacado pelo plano. Por isso, novos padrões de eficiência energética para aparelhos domésticos serão desenvolvidos, diz Obama.

Ações em conjunto

Barack Obama destacou que por mais que os EUA façam a sua parte, vai demorar um tempo até que as emissões globais de gases efeito estufa se estabilizem, uma vez que a concentração de partículas na atmosfera é bem alta. Por isso, diz Obama, os países precisam estar preparados para lidar com efeitos danosos das mudanças climáticas.

O presidente dos EUA disse que o país se compromete a ajudar nações em desenvolvimento (que por serem mais vulneráveis são as que pagam a maior conta das catástofres climáticas) a fazer a transição para uma matriz de energia mais limpa e também desenvolver medidas de mitigação e adaptação aos efeitos do clima. Obama estendeu o apelo ao setor empresarial e disse que as mudanças climáticas são um desafio de todos.

"Os cientistas precisam desenvolver novos combustíveis, os engenheiros podem criar novas tecnologias e os empresários devem viabilizar a comercialização dessas novas tecnologias", defendeu.

"Usar menos energia suja, fazer a transição para fontes mais limpas de energia e desperdiçar menos energia ... este é o lugar onde precisamos ir", disse. "Se pudermos nos unir para isso, podemos definir um futuro sustentável para a geração futura", finalizou.

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