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O "Tea party" perdeu vigor, mas 'não está morto!"

"A mídia afirma às vezes que o Tea Party está morto, mas isso é apenas porque somos menos visíveis do que antes", afirma Nancy Schiffman

Nancy Schiffman (C), presidente de um grupo do Tea Party da Virgínia: a convenção de todos os ramos do Tea Party da Virgínia está prevista para meados de novembro (©AFP / Marc-Antoine Baudoux)
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Da Redação

Publicado em 29 de outubro de 2012 às 15h54.

Woodbrigde - "O 'Tea party' não está morto!", afirmaram exaltados Nancy e Yale Schiffman, membros do grupo conservador em Prince William, na Virgínia (leste), para mostrar a vitalidade de seu movimento, muito retraído nesta campanha presidencial.

Criado em 2009 no momento em que a popularidade do Partido Republicano estava mais baixa, o "Tea Party" teve uma ascensão espetacular na cena política em nível nacional, quando várias pessoas deste movimento foram eleitas para o Congresso em 2010.

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Desde então, o movimento perdeu muito espaço, especialmente porque a sua imagem se deteriorou consideravelmente após debates cáusticos no Congresso.

Considerados como "a direita da direita", os membros deste movimento ultra-conservador, fragmentados em múltiplos ramos mais ou menos radicais, fazem campanha por uma drástica redução do papel do Estado (alguns desejam suprimir ministérios inteiros), um respeito escrupuloso pela Constituição, ou um déficit de controle estreito.

"A mídia afirma às vezes que o Tea Party está morto, mas isso é apenas porque somos menos visíveis do que antes", afirma Nancy Schiffman, de 75 anos e presidente do Tea Party Patriots no município, que conta com mais de 700 membros.

"Quando o movimento surgiu em 2009, as reuniões públicas eram quase como a única forma de existir, de falar para grupos. Agora as pessoas sabem quem nós somos e podemos falar com os candidatos eleitos, eles nos ouvem", acrescenta esta aposentada que trabalhou no setor imobiliário.

Schiffman e seu marido Yale, de 74 anos, apoiam candidatos para as eleições locais, escrevem textos que esperam ser adotados no estado da Virgínia, promovem programas de educação nas escolas. Sua confortável casa em uma área residencial tranquila é regularmente requisitada para receber as reuniões de grupo.

A convenção de todos os ramos do Tea Party da Virgínia está prevista para meados de novembro, em Richmond, dois anos depois da última reunião principal deste tipo.


Com a aproximação da eleição presidencial de 6 de novembro, o casal Schiffman expressa claramente seu apoio ao candidato republicano Mitt Romney, apesar de reconhecer que todos os membros de seu movimento não são necessariamente na mesma linha.

Eles gostam da chapa Mitt Romney/Paul Ryan, os dois homens partilham muitos dos seus pontos de vista, assim como outros candidatos nas primárias republicanas.

"Não há realmente um consenso entre os membros do Tea Party: alguns gostavam mais de Herman Cain, outros de Newt Gingrich ou Michelle Bachmann", lembra Kevin McCarthy, de 61 anos, um amigo da família que também está envolvido com o grupo local do Tea Party.

"Esta é apenas a minha opinião, mas para mim, se pudesse escolher apenas um candidato que representasse o Tea Party, seria Ronald Reagan! Ele realmente entendia como funcionava a presidência, como o país funcionava", acrescentou.

Na ausência de Ronald Reagan, o desempenho de Mitt Romney não os desagrada.

"Eu acho que ele se virou bem nos debates televisivos, ele impressionou as pessoas", considerou Schiffman. "Foi muito bem, especialmente no primeiro debate, quando Obama foi catastrófico", concordou McCarthy. "Nos últimos dias, e acho que vai continuar, os indecisos vão optar por Mitt Romney, e, provavelmente, graças aos debates."

"Mitt Romney realmente acionou a ideia de uma América forte no cenário internacional, a de uma economia nacional forte, o que foi muito bom estrategicamente", acrescentou o chefe de uma pequena empresa de marketing e design.

"E cada vez que vamos reabastecer o carro, quando vemos os preços que mais que dobraram nos últimos quatro anos, é uma propaganda permanente para Mitt Romney!", afirma, enfatizando a importância da independência energética do país, outro carro-chefe do Tea Party, de futuro incerto, assim como oa eleição presidencial permanece incerto.

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