O plano de Castillo para o desemprego astronômico no Peru
Com todos os 18,9 milhões de votos apurados na eleição de 6 de junho, Castillo, ativista sindical de um partido marxista, está à frente com uma vantagem de 44 mil votos
Bloomberg
Publicado em 23 de junho de 2021 às 06h00.
Última atualização em 23 de junho de 2021 às 07h38.
Para economistas que assessoram Pedro Castillo, o provável próximo presidente do Peru , o mais importante para a economia do país é uma rápida recuperação da destruição em massa de empregos no ano passado, enquanto o aumento do déficit fiscal e a recente aceleração da inflação são temporários.
Os assessores, o ex-presidente do banco central Óscar Dancourt e o ex-economista do Banco Mundial Pedro Francke, também disseram em entrevista conjunta que o regime de metas de inflação do país tem funcionado bem e não deve ser alterado. Eles acrescentaram que o país não terá qualquer dificuldade em pagar as dívidas.
Ambos são candidatos potenciais para formar parte da equipe do governo se Castillo assumir o poder no mês que vem.
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Com todos os 18,9 milhões de votos apurados na eleição de 6 de junho, Castillo, ativista sindical de um partido marxista, está à frente com uma vantagem de 44 mil votos. A rival Keiko Fujimori contesta o resultado e tenta anular alguns dos votos de Castillo. Se o tribunal eleitoral confirmar a vitória de Castillo, o novo presidente tomará posse em 28 de julho.
Ações, títulos e a moeda do Peru oscilam neste mês enquanto investidores tentam analisar quão radical seria o governo de Castillo. Os comentários de Francke e Dancourt podem ajudar a amenizar os temores de que Castillo levaria o Peru por um caminho semelhante ao seguido pelo governo socialista da Venezuela.
No entanto, a economia frágil, a deterioração do mercado de trabalho e a baixa pressão inflacionária criam espaço para que o governo de Castillo tome mais medidas para impulsionar o emprego e acelerar a recuperação, disseram os assessores na segunda-feira. O próprio Castillo se comprometeu a aumentar os gastos com saúde e educação, e a financiar isso por meio de um imposto sobre empresas de mineração e petróleo.
A recente aceleração da inflação tem mais a ver com problemas temporários de oferta do que com uma tendência subjacente de aumentos de preços mais rápidos, disse Dancourt. A economia está operando muito abaixo da capacidade, o que tende a segurar as pressões inflacionárias, acrescentou.
“O principal problema que a economia enfrenta não é a inflação, mas sim o desemprego em massa”, disse Dancourt. Em setembro, quando a taxa de desemprego em Lima subiu para um recorde de 16,5%, mais de 6 milhões de peruanos haviam perdido o emprego, segundo o Ministério do Trabalho.
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