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O plano americano contra os jihadistas na Síria

Presidente americano Barack Obama anunciou a extensão à Síria da ofensiva dos Estados Unidos contra jihadistas do Estado Islâmico

Militantes do Estado Islâmico na fronteira entre Síria e Iraque (AFP)

Militantes do Estado Islâmico na fronteira entre Síria e Iraque (AFP)

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Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2014 às 15h03.

Beirute - Após o anúncio do presidente americano, Barack Obama, de estender à Síria sua ofensiva contra os jihadistas do Estado Islâmico (EI), qual seria o plano americano: bombardeios ou apoio aos grupos rebeldes?

Quais grupos os EUA podem apoiar?

Os Estados Unidos enfrentam dificuldades para encontrar sócios confiáveis e moderados entre as forças rebeldes, muito divididas, no momento em que os grupos islamitas são cada vez mais fortes.

Washington já começou a entregar armas aos grupos rebeldes, entre eles o Hazem, um movimento de tendência laica fundado em 2014 e de 15.000 combatentes, e também pode treinar e dar armas a algumas brigadas laicas da Frente de Revolucionários Sírios.

Além disso, algumas dezenas de milhares de homens armados combatem nos grupos sob as ordens do Conselho Militar Supremo do Exército Livre Sírio (ELS), vinculado à opositora Coalizão Nacional, próxima aos Estados Unidos.

A Frente Islâmica, o grupo militar mais poderoso e de tendência islamita e salafista, não deve contar com o apoio americano.

Que armas e treinamento terão os rebeldes?

Luay Muqdad, ex-porta-voz do ELS, lamenta que a formação fornecida aos rebeldes seja insuficiente e apenas com armas leves.

Para enfrentar o EI, os combatentes precisam de novas armas, leves e médias, com o objetivo de poder participar dos "confrontos na rua" contra este grupo.

Os rebeldes também exigem blindados e mísseis antitanque para destruir os blindados recuperados pelo EI nas bases militares no Iraque e na Síria. No entanto, os Estados Unidos se mostraram reticentes ao envio de tanques por medo de que caiam nas mãos dos jihadistas.

Quais efeitos os bombardeios e a ajuda aos rebeldes terão no EI?

Os rebeldes demonstraram sua capacidade para enfrentar os jihadistas do EI, expulsos por eles de grandes extensões de terra no início da ofensiva contra este grupo, em janeiro.

No entanto, o Estado Islâmico retomou a maioria do terreno perdido nos últimos meses graças a novos recrutamentos e ao armamento recuperado no Iraque.

Os especialistas e os rebeldes sempre insistiram no fato de que a vitória não seria alcançada sem a entrega de armas pesadas e o estabelecimento de uma zona de exclusão aérea, com o objetivo de evitar que o regime bombardeie os rebeldes quando eles lutam contra o EI.

Qual pode ser a resposta do regime sírio?

O ministro das Relações Exteriores sírio, Walid Mualem, advertiu que "qualquer violação da soberania da Síria será considerada um ato de agressão", embora se desconheça a capacidade das forças sírias de atacar a aviação e os drones americanos.

"Mostrarão sua ira e se queixarão, mas militarmente não podem fazer nada", afirma Riad Kahwaji, responsável do Instituto para Assuntos Militares no Oriente Médio e no Golfo.

O regime tem uma presença limitada nas províncias de Raqa e Deir Ezzor, no leste e no norte do país, o que limita os ataques com os mísseis terra-ar contra a aviação americana.

Qual efeito o plano americano pode ter na luta contra Assad?

Para os países ocidentais, armar os rebeldes implicaria idealmente ajudá-los a combater também as forças do regime de Bashar al-Assad, embora seus efeitos sejam incertos.

Segundo os especialistas, um enfraquecimento do EI também pode beneficiar o regime, já que o exército pode concentrar suas forças contra os rebeldes moderados.

Além disso, os rebeldes repetem que não precisam do mesmo tipo de armamento para lutar contra o EI e contra o regime. Para enfrentar a aviação síria, necessitariam de mísseis terra-ar.

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