DONALD TRUMP: republicano conquistou estados-chave, como a Flórida e Carolina do Norte / Ralph Freso / Getty Images (Ralph Freso / Getty Images/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 9 de novembro de 2016 às 06h04.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h36.
A história é feita de eventos inesperados. À revelia das pesquisas que mostravam a candidata democrata Hillary Clinton à frente por uma margem média de 3 pontos percentuais, Donald Trump conquistou a Casa Branca e será o 45º presidente dos Estados Unidos.
Os resultados iniciais das urnas mostravam Clinton com vantagem, inclusive em alguns estados principais, como Flórida e Ohio. No entanto, Trump, no decorrer das horas, começou a vencer nos estados do meio-oeste e a reverter a vantagem de Clinton nos estados mais importantes. Primeiro, levou Ohio, um importante campo de batalha, que só errou uma vez o presidente dos Estados Unidos. Depois, assegurou a Flórida, com uma margem “folgada” de 1,4 ponto percentual.
Hillary conseguiu um alívio ao garantir Virginia, Nevada e o Colorado. Mas nenhum desses estados poderiam lhe dar a vitória em termos de votos eleitorais suficientes. A joia da coroa de Trump veio no meio da madrugada, quando ele assegurou a Carolina do Norte.
A essa altura, o New York Times apontava as chances de vitória de Trump acima dos 95%. O estatístico Nate Silver, do site FiveThirtyEight, dizia que as chances do empresário eram de 84%. Tratava-se de algo inimaginável. Até mesmo para Silver, que foi durante criticado por estimar 35% de vitória do republicano na última semana de campanha. Os demais analistas davam menos de 20% de chance para Trump.
Como 31 dos 50 estados norte-americanos mantêm o mesmo padrão eleitoral desde 1992, os olhos dos especialistas se voltaram para Michigan e Wisconsin, com 16 e 10 representantes no colégio cada. Trump liderava por uma margem pequena em ambos, mas precisava de apenas um para ganhar a presidência — Clinton precisava dos dois. No entanto, por volta das 3h, Trump levou os condados longe dos grandes centros urbanos na Pensilvânia, virando o jogo no estado onde há 20 delegados. Se vencesse lá, uma região tradicionalmente democrata, não precisaria de mais nenhum estado e poderia até perder o Alaska.
Às 4h40 a vitória de Trump se tornou irreversível. Ele foi considerado o vencedor no Alaska e na Pensilvânia. Pouco depois, recebeu uma ligação de Hillary Clinton. Na projeção final da contagem de delegados, feita pelo The New York Times, Trump aparece com 279 contra 218 de Hillary. Em seu primeiro discurso, para surpresa dos analistas, parabenizou Clinton pela luta, clamou pela união nacional e afirmou que manteria relações com todos os países “dispostos a se dar bem conosco”. A torcida mundo afora é para ver cada vez mais disso, e menos do Trump que deu as caras nos últimos 17 meses.