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Número de mortos em massacre cometido por soldado na Tailândia vai a 29

Em memória das vítimas, centenas de pessoas se reuniram próximo ao local do atentado neste domingo

Nakhon Ratchasima: pessoas rezam pelas vítimas que morreram em massacre (Soe Zeya Tun/Reuters)
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AFP

Publicado em 9 de fevereiro de 2020 às 17h38.

O massacre cometido por um soldado no noroeste da Tailândia fez vinte e nove mortos, anunciaram neste domingo (9) as autoridades, que alegaram razões "pessoais" para o crime "sem precedentes" no país.

Depois de uma noite inteira pontuada por tiroteios e imagens de uma multidão fugindo do shopping, palco de uma verdadeira carnificina, as tropas de elite abateram o agressor no início da manhã, encerrando uma ação sangrenta de 17 horas.

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Neste domingo, centenas de pessoas se reuniram perto do shopping, acenderam velas e rezaram em memória das vítimas, enquanto monges recitavam suas orações.

Vinte e nove pessoas, incluindo civis - o mais jovem de 13 anos - e membros das forças de ordem, foram mortas pelo soldado, segundo o governador da província.

"Isso é inédito na Tailândia e quero que seja a última vez", disse o primeiro-ministro da Tailândia, Prayut Chan-O-Cha, no hospital Nakhon Ratchasima, onde as vítimas, incluindo duas gravemente feridas no cérebro, estavam internadas.

Prayut, ex-chefe do Exército, evocou um "problema pessoal" relacionado à venda de uma casa para explicar a ação do militar.

O assassino, Jakrapanth Thomma, um jovem subtenente, usou uma metralhadora M60, um fuzil de assalto e munição que roubou de sua base militar, uma das maiores da Tailândia.

Segundo o primeiro-ministro, a segurança no arsenal da base foi reforçada.

"Não foi negligência. Não deixamos o depósito do arsenal sem vigilância - havia pessoas vigiando", disse ele.

A maioria das vítimas foi morta dentro e ao redor do shopping.

Durante a noite, foram ouvidas trocas de tiros e as pessoas foram evacuadas do prédio em pequenos grupos.

Durante o ataque, um policial foi morto.

Chocados

Vários sobreviventes relataram como um dia normal de compras no sábado em um shopping movimentado se transformou em terror.

"Era como se fosse um pesadelo. Estou feliz por estar vivo", disse à AFP Sottiyanee Unchalee, de 48 anos, que havia se escondido no banheiro quando ouviu os tiros.

Um professor filipino, Aldrin Baliquing, contou à AFP que se protegeu nos fundos de uma loja junto com funcionários no início do tiroteio.

"Ficamos lá por seis longas horas. Ainda estou em choque", disse ele.

Dezenas de pessoas tentavam fugir quando a polícia e soldados mascarados armados com rifles de assalto assumiram o controle do térreo após um tiroteio e evacuaram o prédio em pequenos grupos.

Poucas horas depois, o soldado entrincheirado foi abatido, e os atiradores de elite foram vistos saindo do shopping, sorrindo.

Apesar dos primeiros elementos fornecidos pelo primeiro-ministro, as motivações exatas do agressor permanecem incertas, enquanto Korat, uma cidade pacífica de tamanho médio, tomava ciência da escala das atrocidades.

O massacre começou no final da tarde de sábado em Nakhon Ratchasima, em uma base militar, onde três pessoas morreram, primeiro na casa de um oficial e depois no quartel onde o soldado roubou armas e um veículo militar para chegar ao centro da cidade.

Lá, o assassino entrou no shopping e abriu fogo aleatoriamente, causando uma carnificina.

Ele postou vídeos e fotos, além de várias mensagens em sua página no Facebook, como "Devo me render?", ou até mesmo: "Ninguém pode escapar da morte".

Em um vídeo, que já foi excluído, Jakrapanth Thomma, usando um capacete do exército, filmava em seu jipe dizendo: "Estou cansado (...) não posso mais pressionar o dedo", imitando a forma de um gatilho com a mão.

Fotos de um homem usando uma máscara de esqui e brandindo uma pistola também foram publicadas.

Uma porta-voz do Facebook disse à AFP que a rede social "fechou a conta do atirador e trabalha dia e noite para remover qualquer conteúdo ilegal relacionado ao ataque".

O reino é um dos países do mundo com o maior número de armas em circulação. Vários tiroteios no final do ano passado despertaram preocupação no país do sudeste asiático.

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