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Número de mortes por falha de ignição da GM deverá subir

Montadora disse ter identificado 12 mortes ligadas ao recall de 1,6 milhão de modelos Chevrolet, Opel, Pontiac e Saturn

Carro da GM: responsabilidades da montadora estão prestes a crescer à medida que advogados pressionam a fabricante a pagar indenizações a vítimas (Dimas Ardian/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de março de 2014 às 17h31.

Nova York - O número de mortes relacionadas a uma falha na ignição em oito modelos de carros leves que a General Motors vendeu há uma década provavelmente subirá, dizem advogados e defensores de segurança.

As fabricantes de carros frequentemente realizam revisões para cima dos números de fatalidades relacionadas a recalls à medida que obtém informações novas, enquanto os advogados estão correndo para defender reclamantes que buscam indenização por mortes ou ferimentos supostamente culposos.

As responsabilidades da GM também estão prestes a crescer à medida que advogados e defensores de segurança pressionam a maior fabricante de carros dos EUA a pagar indenizações a vítimas mesmo de antes da reorganização após a falência de 2009, que isolou a nova GM das responsabilidades da antiga companhia.

A GM, que disse ter identificado 12 mortes ligadas ao recall de 1,6 milhão de modelos Chevrolet, Opel, Pontiac e Saturn, afirmou que continua revisando dados e informações relacionadas ao recall.

“Para cada incidente reportado à fabricante de carros, há normalmente nove ou 10 mais”, disse Clarence Ditlow, diretor-executivo do Centro para a Segurança Automotiva, um grupo de defesa ao consumidor com sede em Washington. “É de se esperar que o número de mortes associadas ao recall aumente”.

Foi o que aconteceu com a Toyota Motor. Quando as alegações de aceleração involuntária em alguns veículos de 2009 e 2010 ganharam notoriedade e geraram audiências no Congresso, o número de mortes que o governo conectava aos 10 milhões de modelos Toyota e Lexus do recall subiu de um punhado para pelo menos 59. Mais ações judiciais por morte culposa foram abertas desde que as audiências terminaram.

Afastando estigma

O recall da GM, e as várias investigações que ele provocou nos EUA, surgem em um momento em que a empresa procura se afastar do estigma de “Governo Motors”, apelido ligado ao resgate de US$ 49,5 bilhões bancado pelo governo americano. Desde que o governo dos EUA vendeu suas últimas ações da GM em dezembro, a empresa nomeou Mary Barra como CEO, tornando-a a primeira mulher a liderar uma grande fabricante de carros. Uma linha de novos veículos ajudou a melhorar a reputação da GM entre os consumidores e aumentou a qualidade para níveis recordes, segundo críticos como a J.D. Power Associates e a revista Consumer Reports.


A GM se desculpou por seu atraso em realizar o recall de modelos com interruptores de ignição defeituosos que podem, em alguns casos, ser desligados quando a chave do carro é empurrada ou puxada para baixo pelo peso de objetos pendurados no chaveiro. Isso, em contrapartida, desliga o motor e corta a energia dos airbags. “O processo empregado para examinar esse fenômeno não foi tão sólido quanto deveria ter sido”, disse a GM em comunicados, acrescentando que está estudando maneiras de melhorar a forma como a empresa soluciona defeitos.

Isso atraiu atenção de advogados especializados em julgamentos. Um deles disse que planeja desafiar a imunidade da GM em relação a qualquer acidente anterior à reorganização, o que pode exigir pedir ao juiz que supervisionou a histórica falência da GM, apoiada pelos EUA, a reconsiderar seus termos, incluindo a proteção contra responsabilidades.

Histórico

O momento de revogar as decisões judiciais relacionadas à falência da GM “passou há muito tempo”, disse o advogado do processo de falência da fabricante americana, Harvey Miller, da Weil Gotshal Manges LLP. “Os processos não podem ser reabertos a esta altura”.

Vários advogados dos reclamantes contactados pela Bloomberg News disseram que já começaram a abordar clientes com queixas a respeito do veículo Cobalt nos últimos meses. Muitos disseram que ainda não entraram com ação judicial.

Usando dados do sistema EWR para os modelos Cobalt e Saturn cobertos pelo recall e buscando identificar as mortes relacionadas a airbags, pesquisadores do Centro para a Segurança Automotiva identificaram 25 registros da GM para o sistema EWR, segundo dados compartilhados com a Bloomberg News.

Mais amplamente, o Sistema de Relatos sobre Análise de Fatalidades da Administração Nacional de Segurança do Tráfego Rodoviário dos EUA (NHTSA, na sigla em inglês) mostra que houve 303 mortes de passageiros no assento dianteiro nos modelos Cobalt entre 2005 e 2007 e Ion entre 2003 e 2007, nos quais o airbag não abriu em batidas de impacto não traseiro, escreveu Ditlow, em 13 de março, em uma carta para a NHTSA que foi crítica para a investigação das mortes realizada pela agência. Os registros não indicam se a chave de ignição estava entre os fatores.

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Nova York - O número de mortes relacionadas a uma falha na ignição em oito modelos de carros leves que a General Motors vendeu há uma década provavelmente subirá, dizem advogados e defensores de segurança.

As fabricantes de carros frequentemente realizam revisões para cima dos números de fatalidades relacionadas a recalls à medida que obtém informações novas, enquanto os advogados estão correndo para defender reclamantes que buscam indenização por mortes ou ferimentos supostamente culposos.

As responsabilidades da GM também estão prestes a crescer à medida que advogados e defensores de segurança pressionam a maior fabricante de carros dos EUA a pagar indenizações a vítimas mesmo de antes da reorganização após a falência de 2009, que isolou a nova GM das responsabilidades da antiga companhia.

A GM, que disse ter identificado 12 mortes ligadas ao recall de 1,6 milhão de modelos Chevrolet, Opel, Pontiac e Saturn, afirmou que continua revisando dados e informações relacionadas ao recall.

“Para cada incidente reportado à fabricante de carros, há normalmente nove ou 10 mais”, disse Clarence Ditlow, diretor-executivo do Centro para a Segurança Automotiva, um grupo de defesa ao consumidor com sede em Washington. “É de se esperar que o número de mortes associadas ao recall aumente”.

Foi o que aconteceu com a Toyota Motor. Quando as alegações de aceleração involuntária em alguns veículos de 2009 e 2010 ganharam notoriedade e geraram audiências no Congresso, o número de mortes que o governo conectava aos 10 milhões de modelos Toyota e Lexus do recall subiu de um punhado para pelo menos 59. Mais ações judiciais por morte culposa foram abertas desde que as audiências terminaram.

Afastando estigma

O recall da GM, e as várias investigações que ele provocou nos EUA, surgem em um momento em que a empresa procura se afastar do estigma de “Governo Motors”, apelido ligado ao resgate de US$ 49,5 bilhões bancado pelo governo americano. Desde que o governo dos EUA vendeu suas últimas ações da GM em dezembro, a empresa nomeou Mary Barra como CEO, tornando-a a primeira mulher a liderar uma grande fabricante de carros. Uma linha de novos veículos ajudou a melhorar a reputação da GM entre os consumidores e aumentou a qualidade para níveis recordes, segundo críticos como a J.D. Power Associates e a revista Consumer Reports.


A GM se desculpou por seu atraso em realizar o recall de modelos com interruptores de ignição defeituosos que podem, em alguns casos, ser desligados quando a chave do carro é empurrada ou puxada para baixo pelo peso de objetos pendurados no chaveiro. Isso, em contrapartida, desliga o motor e corta a energia dos airbags. “O processo empregado para examinar esse fenômeno não foi tão sólido quanto deveria ter sido”, disse a GM em comunicados, acrescentando que está estudando maneiras de melhorar a forma como a empresa soluciona defeitos.

Isso atraiu atenção de advogados especializados em julgamentos. Um deles disse que planeja desafiar a imunidade da GM em relação a qualquer acidente anterior à reorganização, o que pode exigir pedir ao juiz que supervisionou a histórica falência da GM, apoiada pelos EUA, a reconsiderar seus termos, incluindo a proteção contra responsabilidades.

Histórico

O momento de revogar as decisões judiciais relacionadas à falência da GM “passou há muito tempo”, disse o advogado do processo de falência da fabricante americana, Harvey Miller, da Weil Gotshal Manges LLP. “Os processos não podem ser reabertos a esta altura”.

Vários advogados dos reclamantes contactados pela Bloomberg News disseram que já começaram a abordar clientes com queixas a respeito do veículo Cobalt nos últimos meses. Muitos disseram que ainda não entraram com ação judicial.

Usando dados do sistema EWR para os modelos Cobalt e Saturn cobertos pelo recall e buscando identificar as mortes relacionadas a airbags, pesquisadores do Centro para a Segurança Automotiva identificaram 25 registros da GM para o sistema EWR, segundo dados compartilhados com a Bloomberg News.

Mais amplamente, o Sistema de Relatos sobre Análise de Fatalidades da Administração Nacional de Segurança do Tráfego Rodoviário dos EUA (NHTSA, na sigla em inglês) mostra que houve 303 mortes de passageiros no assento dianteiro nos modelos Cobalt entre 2005 e 2007 e Ion entre 2003 e 2007, nos quais o airbag não abriu em batidas de impacto não traseiro, escreveu Ditlow, em 13 de março, em uma carta para a NHTSA que foi crítica para a investigação das mortes realizada pela agência. Os registros não indicam se a chave de ignição estava entre os fatores.

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