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Número de jornalistas presos por censura chega perto de recorde

Até 1º de dezembro havia 251 jornalistas presos por fazerem seu trabalho, disse o Comitê de Proteção dos Jornalistas em estudo anual

Jornalistas mortos e presos são eleitos "pessoa do ano" pela Time: pelo 3ª ano consecutivo mais da metade estão na Turquia, na China e no Egito (Myat Thu Kyaw/Reuters)
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Reuters

Publicado em 13 de dezembro de 2018 às 09h37.

Última atualização em 13 de dezembro de 2018 às 10h55.

Nova York - Um número quase recorde de jornalistas de todo o mundo está atrás das grades por causa de seu trabalho, inclusive dois repórteres da Reuters cuja prisão em Mianmar atraiu críticas internacionais, segundo um relatório divulgado nesta quinta-feira.

Até 1º de dezembro havia 251 jornalistas presos por fazerem seu trabalho, disse o Comitê de Proteção dos Jornalistas (CPJ) em um estudo anual. Pelo terceiro ano consecutivo mais da metade estão na Turquia, na China e no Egito, onde as autoridades acusaram repórteres de atividades antigovernamentais.

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"Parece uma tendência agora", disse a autora do relatório, Elana Beiser, em uma entrevista. "Parece o novo normal".

O número de jornalistas aprisionados devido a acusações de "notícias falsas" foi de 9 em 2016 e 21 no ano passado para 28, de acordo com o CPJ, entidade sem fins lucrativos sediada nos Estados Unidos que defende a liberdade de imprensa.

O relatório criticou o presidente dos EUA, Donald Trump, por caracterizar a cobertura midiática negativa frequentemente como "notícias falsas", uma frase que também é usada por líderes contra seus críticos em países como as Filipinas e a Turquia.

O estudo foi publicado na mesma semana em que a revista Time escolheu vários jornalistas como sua "Personalidade do Ano".

Este grupo incluiu os repórteres da Reuters Wa Lone e Kyaw Soe Oo, que na quarta-feira completaram um ano de prisão, e o jornalista saudita Jamal Khashoggi, assassinado no consulado saudita de Istambul dois meses atrás.

Wa Lone, de 32 anos, e Kyaw Soe Oo, de 28 anos, foram condenados a 7 anos de prisão em setembro por violarem a Lei de Segredos Oficiais de Mianmar. Eles investigavam o massacre de 10 meninos e homens rohingyas durante uma repressão do Exército que levou centenas de milhares de refugiados a Bangladesh.

Advogados dos dois repórteres da Reuters entraram com uma apelação contra a condenação.

A líder de Mianmar, Aung San Suu Kyi, disse que a prisão dos repórteres não teve relação com a liberdade de expressão, mas que eles foram condenados por manejar segredos oficiais e que "não foram presos por serem jornalistas".

A Turquia continua sendo a pior violadora da liberdade de imprensa em todo o mundo, disse o CPJ, já que ao menos 68 jornalistas estão presos por acusações de afronta ao governo. Ao menos 25 jornalistas estão encarcerados no Egito.

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