NSA se defende com acusação de que Europa também espionava
Segundo agência, os próprios europeus obtinham as informações antes de repassá-las aos norte-americanos
Da Redação
Publicado em 31 de outubro de 2013 às 09h06.
Washington - A Agência de Segurança Nacional dos EUA ( NSA , na sigla em inglês) apresentou uma defesa incomum para as acusações de que teria espionado países aliados na Europa . Segundo a NSA, os próprios europeus obtinham as informações antes de repassá-las aos norte-americanos.
É raro que autoridades de inteligência falem publicamente sobre seus contatos com agências de espionagem de outros países. Ainda mais excepcional é o fato de os EUA apontarem o dedo para seus parceiros.
Mas foi isso que o diretor da NSA, general Keith Alexander, fez durante uma audiência pública no Congresso nesta semana, quando, tentando se contrapor às queixas internacionais sobre supostos abusos da sua agência, disse que suas fontes para informações sobre telecomunicações no exterior incluíam "dados fornecidos à NSA por parceiros estrangeiros".
A revelação de Alexander representa mais um marco na atual fase de maior transparência da NSA, depois das revelações sobre suas atividades de espionagem que constavam em documentos vazados desde junho à imprensa mundial pelo ex-técnico de inteligência Edward Snowden, hoje refugiado na Rússia.
"É verdade que em geral ficamos de boca fechada sobre as relações de ligação de inteligência, e só falamos em termos mais gerais sobre a partilha de coisas com nossos amigos e aliados", disse Paul Pillar, ex-analista da CIA.
Mas, segundo ele, não há nada de errado em corrigir informações que vão a público, embora Alexander provavelmente tenha com seus comentários "criado ou exacerbado alguns problemas políticos" para vários aliados europeus.
"Dada a hipocrisia sendo exibida pelos europeus em dizerem que estão ‘chocados, chocados' por esse tipo de coisa acontecer --aliados espionarem-aliados -, não acho que deveríamos nos sentir muito compungidos por fazê-los sentirem um pouco da pressão política interna se isso for necessário para colocar tudo em pratos limpos em uma das nossas próprias audiências parlamentares", disse Pillar.
Uma fonte oficial dos EUA disse sob anonimato que, antes de revelar que governos estrangeiros, como os da França e Espanha, coletavam registros sobre comunicações e os entregavam aos EUA, o governo Obama consultou os governos envolvidos.
Os dados envolvidos dizem respeito, por exemplo, à duração e destino de um telefonema, mas não ao conteúdo falado.
Uma segunda fonte oficial disse que, a despeito das reações dos governos estrangeiros, alguns membros do governo Obama queriam divulgar a informação, porque estavam desapontados com a forma como aliados estavam deixando Washington sofrer o desgaste por atividades de vigilância em que os próprios países aliados eram parceiros.
Washington - A Agência de Segurança Nacional dos EUA ( NSA , na sigla em inglês) apresentou uma defesa incomum para as acusações de que teria espionado países aliados na Europa . Segundo a NSA, os próprios europeus obtinham as informações antes de repassá-las aos norte-americanos.
É raro que autoridades de inteligência falem publicamente sobre seus contatos com agências de espionagem de outros países. Ainda mais excepcional é o fato de os EUA apontarem o dedo para seus parceiros.
Mas foi isso que o diretor da NSA, general Keith Alexander, fez durante uma audiência pública no Congresso nesta semana, quando, tentando se contrapor às queixas internacionais sobre supostos abusos da sua agência, disse que suas fontes para informações sobre telecomunicações no exterior incluíam "dados fornecidos à NSA por parceiros estrangeiros".
A revelação de Alexander representa mais um marco na atual fase de maior transparência da NSA, depois das revelações sobre suas atividades de espionagem que constavam em documentos vazados desde junho à imprensa mundial pelo ex-técnico de inteligência Edward Snowden, hoje refugiado na Rússia.
"É verdade que em geral ficamos de boca fechada sobre as relações de ligação de inteligência, e só falamos em termos mais gerais sobre a partilha de coisas com nossos amigos e aliados", disse Paul Pillar, ex-analista da CIA.
Mas, segundo ele, não há nada de errado em corrigir informações que vão a público, embora Alexander provavelmente tenha com seus comentários "criado ou exacerbado alguns problemas políticos" para vários aliados europeus.
"Dada a hipocrisia sendo exibida pelos europeus em dizerem que estão ‘chocados, chocados' por esse tipo de coisa acontecer --aliados espionarem-aliados -, não acho que deveríamos nos sentir muito compungidos por fazê-los sentirem um pouco da pressão política interna se isso for necessário para colocar tudo em pratos limpos em uma das nossas próprias audiências parlamentares", disse Pillar.
Uma fonte oficial dos EUA disse sob anonimato que, antes de revelar que governos estrangeiros, como os da França e Espanha, coletavam registros sobre comunicações e os entregavam aos EUA, o governo Obama consultou os governos envolvidos.
Os dados envolvidos dizem respeito, por exemplo, à duração e destino de um telefonema, mas não ao conteúdo falado.
Uma segunda fonte oficial disse que, a despeito das reações dos governos estrangeiros, alguns membros do governo Obama queriam divulgar a informação, porque estavam desapontados com a forma como aliados estavam deixando Washington sofrer o desgaste por atividades de vigilância em que os próprios países aliados eram parceiros.