Eleição americana: o Departamento Central de Inteligência russa, mais conhecido como GRU, lançou um ataque em agosto de 2016 (Ron Jenkins/Getty Images)
EFE
Publicado em 6 de junho de 2017 às 06h34.
Washington - A inteligência militar da Rússia poderia ter conseguido acessar o sistema eleitoral dos Estados Unidos, de acordo com o documento da Agência de Segurança Nacional (NSA, sigla em inglês), revelado pelo site "The Intercept", que informa que houve mais de uma centena de tentativas por parte dos cibermilitares russos.
O documento vazado anonimamente, ainda que a suposta autora foi identificada ontem pelo Departamento de Justiça como Reality L. Winner, de 25 anos, após sua prisão no último final de semana, alertando ciberataque um dos fornecedores de software de sistema de votação dos EUA.
Acusada de crime de vazamento de informação classificada de inteligência para um meio de comunicação, a jovem analista da consultora Pluribus International facilitou supostamente o documento, que desmentiria o presidente russo, Vladimir Putin, que negou qualquer envolvimento.
De acordo com o referido documento classificado como altamente segredo, o Departamento Central de Inteligência russa, mais conhecido como GRU, lançou um ataque em agosto de 2016, "evidentemente para obter informação do software eleitoral e as aplicações do hardware".
Ele acrescenta que "os autores provavelmente usaram a informação para a campanha de 'spear-phising' (operação centrada em um grupo ou organização específica para a obtenção dos seus dados) destinaod a entidades locais de registro eleitoral".
Apesar do documento não determinar se o ataque cibernético teve consequências no resultado eleitoral, não há dúvida que o serviço de inteligência militar russo foi o responsável.
De acordo com a versão do "The Intercept", publicação digital especializada na difusão de informação altamente sensível, ao solicitar a versão da Agência de Segurança Nacional (NSA), pediram que não publicassem o documento.
Ao constatar que seria divulgado, continua o site, pediram para eliminar alguns dados que foram considerados à margem do interesse da opinião pública.
Reality L. Winner, que foi detida no estado da Geórgia e acusada de crime contra a segurança nacional, tinha autorização para manejar informações classificadas como "altamente secretas".