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Novos combates na Síria são tema de cúpula de UE e Rússia

Na cúpula, o presidente da UE, Herman Van Rompuy, pediu que o presidente russo, Vladimir Putin, supere as divergências para evitar uma guerra civil na Síria

Homs bombardeada por exército regular: mais de 13.400 pessoas morreram na Síria desde o dia 15 de março de 2011, em sua maioria civis (AFP)

Homs bombardeada por exército regular: mais de 13.400 pessoas morreram na Síria desde o dia 15 de março de 2011, em sua maioria civis (AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de junho de 2012 às 14h32.

Damasco - Soldados e rebeldes voltaram a se enfrentar nesta segunda-feira na Síria, um dia após o presidente Bashar al Assad se declarar disposto a acabar "a qualquer preço" com a crise, discutida na reunião de cúpula entre a Rússia, sua principal aliada, e a União Europeia (UE).

Na cúpula, realizada em São Petersburgo, o presidente da UE, Herman Van Rompuy, pediu que o presidente russo, Vladimir Putin, supere as divergências para evitar uma guerra civil na Síria.

Ressaltou ainda a necessidade da aplicação imediata do plano para a saída da crise do emissário da ONU e da Liga Árabe Kofi Annan.

"A União Europeia e a Rússia têm enfoques diferentes, mas estamos plenamente de acordo ao considerar que o plano Annan é a melhor oportunidade para acabar com o ciclo de violência na Síria, evitar uma guerra civil e caminhar para uma solução pacífica e duradoura", declarou Van Rompuy.

"Precisamos nos esforçar para acabar imediatamente com todas as formas de violência na Síria e avançar em um processo político de transição", disse.

Putin, que rejeita qualquer sanção da ONU contra o regime de Damasco, não reagiu à menção de um "processo político de transição".

Bashar al-Assad, que se beneficia de um apoio russo intocável, reafirmou neste domingo, em seu primeiro discurso desde janeiro, a sua determinação em esmagar a revolta popular que eclodiu na "Primavera Árabe", em março de 2011.

Assad, que não reconhece o alcance do protesto, advertiu que "não haverá compromissos na luta contra o terrorismo", que a segurança do país estava em uma "linha vermelha" e que defenderá a Síria "a qualquer preço".

Em terra, a violência não diminuiu nesta segunda-feira. Oito pessoas morreram, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). Ontem o número de vítimas chegou a 46.

Ao amanhecer, os combates entre o exército regular e os rebeldes recomeçaram na província de Idleb (noroeste), no bairro de Jabal al Zawiya, um reduto da rebelião. Dois rebeldes foram mortos.

Várias regiões de Idleb também foram bombardeadas durante a noite, informou o Conselho Nacional Sírio (CNS), a principal coalizão de oposição.

Seis civis morreram baleados por forças do regime em regiões próximas a Damasco, Aleppo, Homs e Hama, de acordo com o OSDH, que afirmou que as forças do governo invadiram o bairro de Khobar, em Damasco, em busca de militantes.

A violência continua, apesar da presença de 300 observadores das Nações Unidas, que têm como missão monitorar o cessar-fogo, em vigor desde 12 de abril, mas que é constantemente violado.

Mais de 13.400 pessoas morreram na Síria desde o dia 15 de março de 2011, em sua maioria civis, pela repressão sangrenta do regime, segundo o OSDH.

Segundo diplomatas e especialistas, Annan, que começa a vislumbrar o fracasso de seu plano, deseja que a comunidade internacional faça todo o possível para que seja aplicado ou para que se encontre um "plano B" para resolver a crise.

No sábado deu a entender que sua mediação não alcançou seus objetivos, ao exigir, em uma reunião ministerial da Liga Árabe, em Doha, a análise profunda da estratégia para chegar a uma solução para a crise.

Annan discursará na quinta-feira, em Nova York, no Conselho de Segurança e na Assembleia Geral da ONU.

O chefe da diplomacia alemã, Guido Westerwelle, que iniciou nesta segunda-feira na Turquia uma viagem pela região, alertou para a necessidade de se evitar a deterioração da situação, que poderia afetar toda a região.

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