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Nova Délhi proíbe serviço de táxi Uber após acusação estupro

O anúncio foi feito por Satish Mathur, funcionário do departamento de transportes


	Carro Uber: a mulher chamou o táxi para levá-la para casa após um jantar na noite de sexta-feira
 (Divulgação)

Carro Uber: a mulher chamou o táxi para levá-la para casa após um jantar na noite de sexta-feira (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 8 de dezembro de 2014 às 10h09.

Nova Délhi - A capital da Índia proibiu nesta segunda-feira o uso do serviço de reserva de táxi Uber, depois de uma mulher ter acusado um dos motoristas de estupro.

O anúncio foi feito por Satish Mathur, funcionário do departamento de transportes, no dia em que o suspeito, um homem de 32 anos, compareceu ao tribunal.

O Judiciário ordenou que Shiv Kumar Yadav seja mantido sob custódia por três dias para interrogatório por causa das acusações de ter estuprado uma funcionária de uma empresa financeira.

Ela chamou o táxi para levá-la para casa após um jantar na noite de sexta-feira. O tribunal também ordenou o confisco do telefone celular de Yadav, informou a agência de notícias Press Trust of India.

O caso, ocorrido quase dois anos após uma jovem ter sido estuprada por um grupo de homens no interior de um ônibus em Nova Délhi, trouxe à tona novamente a ira da população a respeito da violência sexual no país, além das exigências para maiores esforços para garantir a segurança das mulheres.

No ano passado, o governo se apressou em aprovar novas leis para duplicar o tempo de prisão para casos de estupro para 20 anos e para criminalizar o voyeurismo, a perseguição e o tráfico de mulheres.

Mas ativistas dizem que muito mais precisa ser feito, o que inclui melhor educação para jovens e infraestrutura básica como luzes nas ruas e banheiros públicos.

O executivo-chefe da Uber, sediada em San Francisco, Travis Kalanick, disse que a empresa fará "tudo para levar o criminoso à Justiça e para auxiliar a vítima e sua família em sua recuperação".

Ele também colocou parte da culpa nas autoridades indianas, afirmando que a empresa busca trabalhar com o governo para estabelecer claras verificações de antecedentes que "atualmente estão fora dos programas de transporte comercial".

Ao proibir a Uber, o governo de Nova Délhi disse que a empresa estava operando num local não registrado no subúrbio de Gurgaon e que enganou a vítima a respeito da natureza do serviço de táxi.

A proibição da Uber em Nova Délhi é um golpe para a empresa, que tem sido aclamada, ao mesmo tempo em que é alvo de controvérsia em todo o mundo com seu serviço de chamada de táxis a partir de um aplicativo para smartphone.

Em outros países, o serviço sofre restrições, depois de operadoras licenciadas de táxi afirmarem que a competição é injusta.

O serviço, que usa carros privados em vez de táxis licenciados, promete uma resposta rápida aos chamados, geralmente de menos de dez minutos. Os motoristas respondem usando seus próprios smartphones, e usam um sistema de GPS para chegar à localização exata.

O ministro do Interior indiano Rajnath Singh disse que o governo "condena fortemente este ato covarde" e prometeu justiça para o caso. Segundo ele, a vítima de 26 anos dormiu durante a volta para casa.

Quando acordou, viu que o carro estava estacionado num local isolado. O motorista a ameaçou, a estuprou e então a levou para casa por volta da 1h de sábado.

A polícia deteve o motorista na noite de domingo em sua cidade, Mathura, que fica a cerca de 160 quilômetros da capital, depois de ele ter abandonado o carro, registrado na Uber, e saído de Nova Délhi. O carro foi levado para a capital para ser examinado, informo Singh ao Parlamento.

A polícia disse à agência de notícias Press Trust of India que trabalha para averiguar as afirmações fornecidas por Yadav de que ele foi absolvido de acusações de estupro em 2011, após passar sete meses na cadeia.

Dezenas de manifestantes irritados protestaram do lado de fora da casa do ministro do Interior na manhã desta segunda-feira, exigindo mais ações para garantir a segurança das mulheres.

A polícia deteve várias pessoas que participaram de um outro protestos contra a violência e queimaram uma fotografia do primeiro-ministro Narendra Modi em frente à sede de seu partido político. Fonte: Associated Press.

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