Bruxelas - O presidente eleito da Comissão Europeia (CE), Jean-Claude Juncker, atrasará a formação da nova Comissão Europeia se não se chegar a uma quantidade mínima de mulheres igual à atual dentro do próximo Executivo, informou hoje sua porta-voz, Natasha Bertaud.
"É possível que haja atrasos na formação da nova Comissão Europeia se não se chegar a um mínimo equilíbrio de gênero", disse Bertraud.
O parlamento Europeu disse, através de seu presidente, Martin Schulz, que não dará sinal verde a uma Comissão Europeia com menos mulheres do que a atual, que tem nove.
"Juncker também deixou claro muitas vezes que não aceitará uma Comissão Europeia com apenas duas ou três mulheres, porque não seria nem legítima nem crível", disse a porta-voz.
À meia-noite de hoje termina o prazo para que os países da UE apresentem seu candidato ou seus candidatos a integrar o Executivo.
Precisamente, Juncker pediu aos países que apresentassem mais de um candidato por país, incluindo uma mulher, para poder compor uma nova CE com equilíbrio de gênero.
No entanto, fontes comunitárias explicaram hoje que a maioria de países só propôs "um nome".
Até o momento, só indicaram oficialmente mulheres a Suécia (que tentará a reeleição da comissária europeia Cecilia Malmström, atual titular de Interior na CE) e a República Tcheca (Vera Jourova, ministra de Desenvolvimento Rural).
O calendário provisório incluía que Juncker definisse com os governos europeus um colégio de comissários designados para início de setembro, depois que em 30 de agosto se alcance consenso entre os países sobre quem deve presidir o Conselho Europeu e quem será o novo chefe da diplomacia europeia.
Em seguida, os comissários designados se submeteriam à análise das entrevistas dos eurodeputados na segunda quinzena de setembro, à votação do plenário em outubro, e em 1º de novembro a nova CE já estaria em pleno funcionamento.
- 1. Mulheres no poder
1 /12(Thinkstock)
São Paulo - Quando o assunto é
política , não é difícil de perceber que as
mulheres têm pouco espaço para se fazerem ouvir. São comuns os casos de machismo e preconceito no meio político. Metade da população mundial é mulher, mas essa proporção não se mantém entre presidentes, senadores, governadores etc. Uma pesquisa recente do Inter-Parliament Union (IPU),
"Women in Parliament", levantou dados sobre a presença de mulheres nas cadeiras das câmaras legislativas e senados ao redor do mundo. O resultado é, ao mesmo tempo, triste e surpreendente. O lado triste: apenas dois países no mundo tem maioria mulher em suas câmaras legislativas. Entre os senados, nenhum tem maioria mulher. O lado surpreendente: você jamais conseguiria acertar os únicos dois países onde as mulheres têm mais voz na Câmara: Ruanda e Andorra. No top 10, com países com uma porcentagem alta de representantes mulheres (acima dos 40%), há países africanos com turbulências políticas, mas também democracias maduras da Europa, como Finlândia. O Brasil aparece na horrível posição 125, entre 150 países. Entre 513 parlamentares, apenas 44 são mulheres. Uma ressalva: uma presença feminina maciça na câmara e no senado não significa, automaticamente, avanços nos direitos das mulheres. Não significa, também, que aquele país tem uma sociedade mais igualitária na questão de gênero. Mas já é um começo. Veja a seguir os 10 primeiros:
- 2. 1. Ruanda
2 /12(Divulgação/Governo de Ruanda)
Porcentagem de mulheres no parlamento: 63,8% Mulheres na assembleia: 51 de 80 cadeiras Mulheres no senado: 10 de 26 cadeiras
- 3. 2. Andorra
3 /12(Divulgação/Governo de Andorra)
Porcentagem de mulheres no parlamento: 50% Mulheres na assembleia: 14 de 28 cadeiras
- 4. 3. Cuba
4 /12(Jorge Rey/Stringer)
Porcentagem de mulheres no parlamento: 48,9% Mulheres na assembleia: 299 de 612 cadeiras
- 5. 4. Suécia
5 /12(Adam Osterman/Stringer)
Porcentagem de mulheres no parlamento: 45% Mulheres na assembleia: 157 de 349 cadeiras
- 6. 5. África do Sul
6 /12(Divulgação/Governo da África do Sul)
Porcentagem de mulheres no parlamento: 44,8% Mulheres na assembleia: 179 de 400 cadeiras Mulheres no senado: 18 de 53 cadeiras
- 7. 6. Seychelles
7 /12(Divulgação/Governo de Seychelles)
Porcentagem de mulheres no parlamento: 43,8% Mulheres na assembleia: 14 de 32 cadeiras
- 8. 7. Senegal
8 /12(Divulgação/Governo de Senegal)
Porcentagem de mulheres no parlamento: 43,3% Mulheres na assembleia: 65 de 150 cadeiras
- 9. 8. Finlândia
9 /12(Wikimedia Commons)
Porcentagem de mulheres no parlamento: 42,5% Mulheres na assembleia: 85 de 200 cadeiras
- 10. 9. Equador
10 /12(Divulgação/Governo do Equador)
Porcentagem de mulheres no parlamento: 41,6% Mulheres na assembleia: 57 de 137 cadeiras
- 11. 10. Bélgica
11 /12(Wikimedia Commons)
Porcentagem de mulheres no parlamento: 41,3% Mulheres na assembleia: 62 de 150 cadeiras Mulheres no senado: 28 de 71 cadeiras
- 12. Agora veja onde há igualdade de gênero
12 /12(Ian Walton/Getty Images)