Ataques aéreos dos Estados Unidos na Síria: Carter, chefe do Pentágono americano, anunciou ontem um reforço da campanha militar americana contra os jihadistas no Iraque e Síria (Aris Messinis/AFP)
Da Redação
Publicado em 28 de outubro de 2015 às 10h38.
Moscou - A Rússia advertiu nesta quarta-feira os Estados Unidos contra uma operação terrestre na Síria depois que o Pentágono antecipou ontem a possibilidade de "ações diretas no terreno" contra o Estado Islâmico (EI).
"Os EUA já violam o direito internacional ao organizar de maneira ilegal uma operação aérea em território da Síria, já que não tem nem o beneplácito do Coelho de Segurança da ONU e nem o pedido das autoridades" sírias, afirmou a presidente do Senado russo, Valentina Matviyenko, aos meios de comunicação locais.
Matviyenko acrescentou que "se for algum tipo de operação terrestre, então isto será pisotear de novo e de maneira grosseira o direito internacional".
A presidente ressaltou que a Rússia leva muito a sério as declarações feitas pelo chefe do Pentágono americano, Ashton Carter, perante o Comitê de Serviços Armados do Senado.
"Isto já é inadmissível. Isto é demais", disse.
A presidente da câmara alta do parlamento russo insistiu que a Rússia "segue interessada em que os EUA se somem à operação na Síria para combater juntos ao EI".
"Esperamos que esta chamada seja escutada", acrescentou.
Carter anunciou ontem um reforço da campanha militar americana contra os jihadistas no Iraque e Síria, que se traduzirá em mais ataques aéreos e "ações diretas no terreno " na província síria de Raqqah.
"Não vamos nos conter na hora de apoiar" operações contra o EI ou de "realizar essas missões diretamente, seja com ataques desde o ar ou ações diretas no terreno", disse Carter.
Durante a audiência, o chefe do Pentágono reiterou as críticas contra a campanha militar do Kremlin na Síria e denunciou que as forças russas "estão atacando principalmente a oposição síria", o que contribui para "alimentar" a "trágica guerra civil" nesse país.
O presidente russo, Vladimir Putin, acusou na semana passada os Estados Unidos de praticarem um "duplo jogo" ao declarar a guerra ao terrorismo e utilizar os jihadistas como "aríete" para derrubar o regime de Bashar al-Assad.