Nicolás Maduro: A medida pode implicar a tomada de quatro fábricas de cerveja da Empresas Polar, paralisadas desde abril (Reuters/Denis Balibouse)
Da Redação
Publicado em 14 de maio de 2016 às 20h00.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ordenou neste sábado, como parte do estado de exceção decretado na sexta-feira (13), a intervenção nas fábricas que estiverem paralisadas e a detenção dos empresários que pararem a produção com o objetivo de "sabotar o país".
"No âmbito desse decreto em vigor (...) tomemos todas as ações para recuperar o aparelho produtivo que está sendo paralisado pela burguesia (...), e quem quiser parar para sabotar o país que vá embora, e o que fizer isso deve ser algemado e enviado para a PGV (Penitenciária Geral da Venezuela)", declarou Maduro, em um comício no centro de Caracas.
A medida pode implicar a tomada de quatro fábricas de cerveja da Empresas Polar - a maior produtora de alimentos e de bebidas do país. Essas unidades se encontram paralisadas desde 30 de abril passado pela falta de acesso a divisas para importar insumos, de acordo com a companhia, dentro do estrito controle cambial imposto em 2003 pelo então presidente Hugo Chávez (1999-2013).
"Planta parada, planta entregue ao povo! (...) Vocês vão me ajudar a recuperar todas as plantas paralisadas pela burguesia", lançou Maduro a seus milhares de seguidores durante o ato.
Também neste sábado, Maduro ordenou a realização de "exercícios militares" no próximo sábado, para enfrentar o que denunciou como "ameaça externa", após decretar o estado de exceção no país.
"No próximo sábado, convoquei exercícios militares nacionais das Forças Armadas, do povo e da milícia, para nos prepararmos para qualquer cenário", afirmou Maduro, em entrevista à televisão no encerramento da mobilização chavista.
Segundo Maduro, o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe "convocou uma intervenção armada" durante uma reunião em Miami com lideranças da oposição, da qual também participou o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro.
O presidente venezuelano declarou que o apelo de Uribe "constitui um crime internacional" e, por isso, solicitou "ao Ministério Público e ao Poder Judiciário que ativem todas as ações - nacionais e internacionais - para julgar Álvaro Uribe (...)".
Hoje, as Forças Armadas da Venezuela emitiram um comunicado, manifestando "sua mais firme e categórica rejeição à sistemática campanha de desprestígio e de provocação orquestrada do exterior (...), à qual o senhor Álvaro Uribe Vélez se somou".