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Crise leva a mais de 10 mil suicídios na Europa e nos EUA

Segundo pesquisa, os casos foram registrados entre 2008 e 2011


	Protesto contra a crise na Espanha
 (David Ramos/Getty Images)

Protesto contra a crise na Espanha (David Ramos/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2014 às 09h14.

Londres - A recessão na Europa e na América do Norte provocou mais de 10 mil casos de suicídio entre 2008 e 2011, segundo uma pesquisa publicada nesta quinta-feira na revista "British Journal of Psychiatry" (BJPsych, na sigla em inglês).

O estudo, feito pela Universidade inglesa de Oxford e a London School of Hygiene & Tropical Medicine, analisou dados de 24 países europeus, dos Estados Unidos e do Canadá.

Os pesquisadores afirmam que os suicídios aumentaram "consideravelmente" quando a crise de crédito global começou.

Segundo os analistas, a partir de 2009 os suicídios na Europa aumentaram em 6,5%, o equivalente a 7.950 casos mais do que os registrados até o momento.

No Canadá, o número de pessoas que se mataram havia baixado até que a recessão atingiu o país em 2008, quando se contabilizaram 240 casos a mais de suicídios.

Nos EUA, os casos de pessoas que se mataram subiam antes da recessão, mas a crise fez "acelerar" a tendência ao serem registrados 4.750 suicídios adicionais.

O relatório dos pesquisadores britânicos ressalta que a perda de trabalho, da propriedade por não poder pagar a hipoteca ou o aumento da dívida das pessoas são os principais fatores.

No entanto, outros países como Suécia, Finlândia e Áustria evitaram aumentar a taxa de suicídio durante a recessão.

O investigador Aaron Reeves, da Universidade de Oxford, que participou do estudo, disse que é preciso se perguntar se estes suicídios não poderiam ter sido evitados.

"Há muitas provas de que as recessões levam a um aumento dos suicídios, mas o que é surpreendente é que não aconteceu em todas as partes, como a Áustria, Suécia e Finlândia", acrescentou Reeves.

"Uma das características desses países é que investem em programas que ajudam o povo a voltar ao trabalho, como a assessoria", disse o analista à "BBC".

Reeves ressaltou a importância de que os governos deem apoio e proteção aos grupos mais vulneráveis.

Um porta-voz do Centro para a Saúde Mental do Reino Unido afirmou que o estudo mostra que o desemprego, a falta de segurança profissional e outros fatores associados à recessão estão ligados a problemas mentais e ao suicídio. EFE

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